Produtores rurais e bancada evangélica se posicionam a favor do impeachment
A presidente Dilma Rousseff perdeu apoio de mais dois grandes setores, os produtores rurais e a bancada evangélica. Diante do que eles classificam como sucessivos erros na política econômica, do colapso fiscal, desemprego e inflação, os dois grupos declararam que a presidente não tem condições de ficar no governo.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) anunciou apoio formal ao impeachment da presidente depois de ouvir federações de todo o país. O presidente da instituição, João Martins, reclama que o governo não reconhece ou compreende a natureza dos problemas hoje no país, nem revela disposição para enfrentá-los: “Nossa esperança é que políticos tomem juízo e constituam um pacto nacional para que o Brasil volte novamente a crescer e a população a ter condições de vida. Se não ocorrer (o impeachment) o governo ficará ingovernável porque ninguém governa com 1/3 do Congresso Nacional”. Martins também critica a ministra da agricultura, Kátia Abreu, por estar mais preocupada em fazer política do que com os interesses do campo.
Bancada evangélica
O deputado João Campos (PRB-GO) reuniu a frente evangélica e, por maioria, concluiu que o grupo apoia o afastamento da presidente. São 92 deputados na bancada evangélica e 70 deles aderiram ao impeachment, inclusive Leonardo Quintão (PMDB-MG), apoiador do deputado Mauro Lopes para a Secretaria de Aviação Civil.
Jefferson Campos (PSD-SP) afirma que a decisão foi tomada com força total entre os evangélicos: “É um momento de decisão. Esta última semana será um momento de muita reflexão. Tenho visto companheiros angustiados, que ainda não se declararam de um lado ou de outro. Vemos a angústia no rosto daqueles que são cobrados pelos familiares. Acredito que daqui para frente será decisivo aqui no Congresso e haverá os 342 votos pró abertura do impeachment”.
Informações dos correspondentes da Jovem Pan em Brasília, José Maria Trindade e Luciana Verdolin.
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