Proposta de reeleição provoca tensão política no Paraguai
Após um fim de semana tumultuado, o presidente do Paraguai demitiu o ministro do interior e o chefe da polícia nacional. Horacio Cartes está sob intensa pressão depois que um protesto na última sexta-feira terminar em vandalismo e morte.
Depois que o Senado aprovou, em uma sessão secreta, uma emenda constitucional que permite a reeleição no país, manifestantes incendiaram o Congresso.
A polícia agiu de forma enérgica com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. A sede do Partido Liberal foi invadida pelos militares e o líder da juventude partidária, Rodrigo Quintana, foi morto com um tiro na cabeça.
Horacio Cartes pediu calma à população e disse que os paraguaios não devem se deixar levar por quem buscar destruir a democracia e a estabilidade econômica do país.
O presidente disse que os cidadãos pagam pelos sacrifícios da manifestação, enquanto os organizadores buscam a televisão sem revelar seus interesses mesquinhos.
A reeleição no Paraguai é proibida desde 1992, após o fim da ditadura militar de Alfredo Stroessner.
O tema foi discutido em agosto do ano passado na casa e só poderia ser debatido novamente no final do ano.
Mas os senadores mudaram a regra na semana passada e já na sexta-feira aprovaram o texto.
A proposta vai agora à Câmara, onde Cartes conta com o apoio da maioria.
O grande obstáculo para a aprovação está no referendo popular que será convocado após o projeto passar pelas duas casas.
A reeleição é apoiada por rivais políticos do Paraguai: o atual presidente Cartes e o ex-presidente Fernando Lugo, que sofreu impeachment em 2012.
Se o texto for aprovado pela população paraguaia os dois poderão se candidatar novamente ao cargo.
*Informações do repórter Victor LaRegina
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