Proposta de reeleição provoca tensão política no Paraguai

  • Por Jovem Pan
  • 03/04/2017 08h18
EFE Frente do Congresso Nacional é destruída em protesto contra a reeleição no Paraguai - EFE

Após um fim de semana tumultuado, o presidente do Paraguai demitiu o ministro do interior e o chefe da polícia nacional. Horacio Cartes está sob intensa pressão depois que um protesto na última sexta-feira terminar em vandalismo e morte.

Depois que o Senado aprovou, em uma sessão secreta, uma emenda constitucional que permite a reeleição no país, manifestantes incendiaram o Congresso.

A polícia agiu de forma enérgica com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. A sede do Partido Liberal foi invadida pelos militares e o líder da juventude partidária, Rodrigo Quintana, foi morto com um tiro na cabeça.

Horacio Cartes pediu calma à população e disse que os paraguaios não devem se deixar levar por quem buscar destruir a democracia e a estabilidade econômica do país.

O presidente disse que os cidadãos pagam pelos sacrifícios da manifestação, enquanto os organizadores buscam a televisão sem revelar seus interesses mesquinhos.

A reeleição no Paraguai é proibida desde 1992, após o fim da ditadura militar de Alfredo Stroessner.

O tema foi discutido em agosto do ano passado na casa e só poderia ser debatido novamente no final do ano.

Mas os senadores mudaram a regra na semana passada e já na sexta-feira aprovaram o texto.

A proposta vai agora à Câmara, onde Cartes conta com o apoio da maioria.

O grande obstáculo para a aprovação está no referendo popular que será convocado após o projeto passar pelas duas casas.

A reeleição é apoiada por rivais políticos do Paraguai: o atual presidente Cartes e o ex-presidente Fernando Lugo, que sofreu impeachment em 2012.

Se o texto for aprovado pela população paraguaia os dois poderão se candidatar novamente ao cargo.

*Informações do repórter Victor LaRegina

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