‘Ou o STF prende o Lula ou manda soltar o Silveira’, diz Carla Zambelli

Deputada debateu com o parlamentar petista Zeca Dirceu, que defendeu fala de Lula sobre pressão aos eleitos

  • Por Jovem Pan
  • 07/04/2022 16h54
Najara Araújo/Câmara dos Deputados Carla Zambelli na Câmara dos Deputados Carla Zambelli

Os deputados federais Carla Zambelli (PL-SP) e Zeca Dirceu (PT-PR) debateram sobre a fala do ex-presidente Lula, do PT, de que os militantes petistas deveriam mapear as casas dos parlamentares e pressioná-los em suas residências, sem xingamentos, mas incomodando esposas e filhos deles, durante participação no programa ‘Prós e Contras’, da Jovem Pan News. Zambelli havia protocolado na quarta, 6, uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o político petista, na qual solicita que ele seja proibido de se aproximar do Congresso Nacional, mas disse ter poucas esperanças de que o pedido seja atendido pela corte.

“Infelizmente não tenho essa esperança. Acho que o Supremo sempre tratou os conservadores de uma forma e os esquerdistas de outra. Se eles não nos atenderem, se não mandarem prender o Lula no eterno flagrante desse vídeo em que ele ameaça o Estado Democrático de Direito através das ameaças a nós e a nossas famílias, então eles tem que mandar soltar o Daniel Silveira. Uma das duas coisas eles tem que fazer, se não vão provar que tem dois pesos e duas medidas”, disse Zambelli. Apoiador do presidente, Daniel Silveira (PTB-RJ) foi preso por conta de um vídeo no qual faz ameaças a instituições, e o ministro Alexandre de Moraes determinou que, enquanto o vídeo permanecesse no ar nas redes sociais do deputado, o flagrante estaria constituído e ele poderia ser preso. Hoje, Silveira tem que usar uma tornozeleira eletrônica e pode circular apenas no Rio de Janeiro, onde mora, e em Brasília, onde exerce o mandato.

Dirceu, por sua vez, afirmou que era necessário analisar a fala completa de Lula, que durou 20 minutos, e ressaltou que o ex-presidente pediu que fosse uma conversa sem ofensas ou violência, e que seria um objetivo pacífico. “Quando for necessário, cabe sim às entidades organizadas fazer pressão. Isso é muito comum. Eu fui prefeito da minha cidade [Cruzeiro do Oeste-PR], fui reeleito com 70% dos votos e as pessoas protestavam na minha casa, abordavam a minha mãe, abordavam a minha filha. Se não houve violência e não houve insulto, está dentro da normalidade democrática. Nunca fui processar ninguém porque abordou minha mãe ou minha filha, contanto que faça de maneira educada, sem xingamento, como o Lula recomendou. Ele não pode ser penalizado por uma atitude que outro tomou, diferente do que ele sugeriu. É uma manifestação pacífica como tem no Brasil e em todo o mundo, não é novidade ter manifestação na frente da casa de um parlamentar, como acontece com prefeito e com vereador”. Zambelli relembrou, entretanto, de outras manifestações promovidas por petistas que não foram pacíficas, como contra a reforma da previdência, em 2019, e quando militantes do partido jogaram tinta vermelha no prédio em que mora a ministra do STF Carmen Lúcia, em 2018, e recordou que já protestou em frente à casa de Renan Calheiros (MDB-AL) quando estava no movimento Nas Ruas, mas que não visou a mulher ou outros parentes do senador alagoano.

Confira o vídeo do debate na edição desta quinta-feira, 7, do programa Prós e Contras.

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