Próximo à votação, parlamentares ainda estão divididos sobre impeachment

  • Por Jovem Pan
  • 12/04/2016 12h32
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Brasília - Leitura final do relatório do parecer do Impeachment, deputados da oposição comemoram o resultado do parecer (Valter Campanato/Agência Brasil) Valter Campanato/Agência Brasil Leitura do relatório final do deputado Jovair Arantes

 A racha existente nos partidos impede uma previsão sobre o resultado da votação do impeachment de Dilma Rousseff, programada para domingo (17). A corrida dos votos incluiu as promessas do ex-presidente Lula, em Brasília, e a denúncia da oposição do “vale tudo” por cargos e emendas.

Com o desembarque do PMDB, os 123 deputados do PP, PR e PSD estão valorizados, caso Dilma permaneça no cargo. Mas o líder do PMDB, Leonardo Picciani, que negociou os ministérios com Dilma, promete ainda discutir os 67 votos do partido: “A bancada se reunirá e aí efetivamente nós iremos aferir a posição majoritária em relação a esse tema. A posição que vier a ser definida na reunião de bancada será a posição que eu expressarei”.

O PP possui 47 deputados, o PR, 40, e o PSD, do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, tem 36 cadeiras na Câmara. Na Comissão do Impeachment, o líder do Partido Progressista, Agnaldo Ribeiro, defendeu que não há crime de responsabilidade: “Podemos não gostar do governo, não gostar do resultado, da atuação política, mas a Constituição não previu impeachment como meio para que nós parlamentares possamos expressar nossas preferências pessoais e políticas”.

O PR tem o ministério dos Transportes e o governo também procura avançar no PTB, PDT e PTdoB. O PSD se mostrou dividido. O vice-líder Marcos Montes é favorável ao impeachment: “Está configurado juridicamente a admissibilidade. Há crime de responsabilidade”. Já Paulo Magalhães, se mostrou contrário: “Ninguém, jamais em tempo algum, em todos esses debates afirmou que Dilma Rousseff é ladra”.

O PT, PCdoB, PSOL e Rede somam 74 votos contra o impeachment e são necessários mais 98 para evitar que o processo siga ao Senado. Em entrevista a Marcelo Mattos, o deputado petista Wadih Damous lembra que caberá à oposição reunir o número necessário: “Quem tem que correr atrás de voto são aqueles que propõem o impeachment. Em tese, nós podemos ter zero votos e o impeachment não sair se eles não tiverem os 342 votos. Nós temos absoluta convicção que eles não alcançarão os 342 votos”.

De acordo com o rito aprovado pelo Supremo Tribunal Federal, o Senado acolherá ou rejeitará o afastamento, diferente do caso Collor. A Rede, de Marina Silva, e o PSB, do presidente Carlos Siqueira, decidiram apoiar a oposição, sem cobrança a quem deixar de seguir o voto: “Não é da nossa tradição punir as pessoas no partido. Nós consideramos que quando há uma dissidência aqui e ali, o que pode acontecer, não é descartado, mas o principal julgamento de um homem público é através dos seus eleitores”.

Por 38 votos a 27, a comissão do Impeachment na Câmara dos Deputados aprovou na segunda-feira o parecer do relator Jovair Arantes (PTB –GO). O resultado da votação pela abertura do processo contra Dilma Rousseff será lido no plenário nesta terça-feira e publicado no “Diário Oficial da Câmara” na quarta.

Depois de respeitado um prazo de 48 horas, a expectativa é de que a votação comece na sexta-feira (15) e leve três dias, terminando no domingo. Para seguir para o Senado, instância à qual cabe julgar a denúncia, são necessários os votos de 342 dos 513 deputados.

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