Quadrilha que fraudou licitações de merenda escolar agiu em 22 cidades

  • Por Jovem Pan
  • 21/01/2016 10h51
Brasil, São Paulo, SP. 22/11/2005. Movimento de carregadores abastecendo caminhões no depósito de alimentos para merenda escolar da Prefeitura Municipal de São Paulo, na zona norte da capital paulista. - Crédito:ROBSON FERNANDJES/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Codigo imagem:53653 Agência Estado Carregamento de laranjas para merenda escolar em São Paulo.

 Ao menos 22 municípios paulistas foram alvo de uma quadrilha que fraudava licitações de merenda escolar e outras cidades ainda serão investigadas. Seis pessoas que integravam a cooperativa Coaf foram presas pela Polícia Civil e confessaram participação no esquema de corrupção. Os contratos eram superfaturados em até 25% e o valor adicional era dividido com agentes políticos que atuavam nas prefeituras.

O delegado seccional, José Eduardo Vasconcelos, explica ao repórter Anderson Costa como era feito o pagamento da propina: “Para todas essas compras se estabelece um valor global. Hipoteticamente, com R$ 1 milhão de reais a prefeitura contrata o fornecimento de suco de laranja da merenda escolar, só que a entrega sempre é parcelada porque são bens perecíveis. Essas porcentagens eram pagas conforme eles entregavam essa mercadoria. E sempre havia um agente político intermediário para recolher essas propinas”. José Eduardo Vasconcelos ressaltou que outras cidades são investigadas e que, até o momento, não há a indicação do nome de nenhum prefeito no esquema.

O secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, diz que o próximo passo da apuração é descobrir quem favoreceu o superfaturamento: “A importância da apreensão dos contratos e para saber quais os agentes públicos que favoreceram essa contratação. Em vários municípios já há comprovação e em outros vamos apurar mais detalhadamente e chegar aos agentes públicos que favoreceram”. De acordo com Alexandre de Moraes, há prefeituras de todos os partidos envolvidas na corrupção. Ele também afirma que a Coaf se aproveitava de uma lei federal, que autoriza que 30% da merenda seja comprada de pequenos produtores.

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