Queda de importações é responsável por superávit comercial
Consumo e produção industrial em baixa permitem superávit na balança comercial de quase dois bilhões de dólares em outubro.
Foi o melhor resultado para o mês nos últimos quatro anos e revela que o ritmo de queda nas exportações brasileiras começa a desacelerar.
O presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior, José Augusto de Castro, adverte que as vendas de manufaturados devem aparecer só no ano que vem. Ele também destaca a rapidez da queda do valor das importações neste ano: “Nos dois primeiros meses a média diária foi de R$ 800 milhões, depois em mais 4 meses R$ 700 milhões, depois de mais 4 meses R$ 600 milhões, e agora estamos na casa de R$ 500 milhões, ou seja, é uma queda muito forte nas importações. As exportações estão equilibradas, nem crescem muito, nem caem muito”.
E sondagem da Confederação Nacional da Indústria confirma a participação pouco expressiva do setor na pauta de exportações. O gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, também aponta para o lado negativo da queda das importações. “A gente precisa de um número melhor da balança comercial não pela queda das importações, mas sim pelo aumento de exportações. Para isso, a gente precisa ter mais confiança, uma menor volatilidade do câmbio, que esses dias tem recuado, o que pode ser bom para a inflação mas, para o exportador, é um sinal de alerta”.
Os especialistas ouvidos pela Jovem Pan estão preocupados com o sobe e desce diário das cotações do dólar comercial no Brasil. Eles explicam que tanta volatilidade atrapalha o planejamento das vendas no exterior que são negociados em prazos mais longos.
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