Queda nas vendas e aumento da energia causam demissões na indústria têxtil
Câmbio valorizado e aumento do custo com energia elétrica derrubam números da indústria têxtil no Brasil em 2015. A expectativa é que mais de 100 mil trabalhadores sejam demitidos até o fim do ano, e o setor deve produzir 13% a menos na comparação com 2014. Somente no Estado de São Paulo, serão fechadas 30 mil vagas, já que a região tem uma forte produção voltada ao mercado automotivo.
O presidente do Sinditêxtil, Alfredo Bonduki, afirma que a energia mais cara piora o momento já ruim do setor: “A indústria têxtil, principalmente na área de fiação e acabamento, faz uso intensivo de energia elétrica, e a energia subiu acima de 80%. O setor sofre com aumento de custos e queda das vendas”. Bonduki diz que o varejo pode apresentar uma pequena melhora neste fim de ano, mas que isso não muda o cenário observado em 2015.
Já o presidente do Sindivestuário, Ronald Masijah, ressalta que a crise provocou queda nas vendas, o que torna as demissões inevitáveis: “As indústrias pararam de fabricar, porque tem um limite da capacidade de produção de estoque, limite que é o capital de giro. Assim as demissões são inevitáveis”. Masijah lembra que o setor já pediu mudanças na carga tributária, mas que o ajuste fiscal dificulta a situação.
As confecções brasileiras demitiram quase 39 mil pessoas até setembro deste ano, sendo mais de 11 mil apenas no Estado de São Paulo.
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