Questão fiscal deveria ser resolvida antes da queda dos juros, diz especialista
A decisão do Banco Central de manter a taxa de juros contraria todos os sinais que a própria instituição deu nos últimos meses. A medida foi tomada sob pressão do mercado financeiro, após o presidente do órgão mostrar incertezas. Alexandre Tombini surpreendeu o setor ao dizer por meio de nota que as revisões negativas do FMI sobre o país são “significativas”.
O ex-secretário de Política Monetária do Banco Central, José Roberto de Barros, diz a Denise Campos de Toledo que a alta da taxa poderia piorar a crise: “Nós estamos em uma bruta recessão, a inflação aumentou muito por conta dos chamados preços administrados, sendo que a energia elétrica subiu mais de 50% e é o caso maior, as contas do governo são ruins. A essa altura, se aumentasse os juros tornaria as coisas piores”. Na opinião do economista, o governo deve resolver a questão fiscal para cobrar uma nova manutenção ou queda dos juros pelo Banco Central.
Em entrevista a Danillo Oliveira, o professor de Economia da PUC de São Paulo, Antônio Carlos dos Santos, afirma que houve perda da credibilidade: “Através dessa coordenação de expectativa que a política monetária consegue debelar o processo inflacionário. É preciso que o Banco Central corrija esse problema de comunicação, caso contrario ele perde toda a credibilidade que ainda tem em relação ao mercado”.
As críticas ao Banco Central também se acentuam em razão da falta de sintonia e de dados em relação às ações do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que defendeu a recriação da CPMF no Fórum Econômico Mundial, na Suíça, onde afirmou que o imposto é uma poupança necessária.
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