Raimundo Lira tem dificuldade para conter discussões na comissão do Senado

  • Por Jovem Pan
  • 28/04/2016 10h10
Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa extraordinária. Em discurso, senador Raimundo Lira (PMDB-PB). Foto: Moreira Mariz/Agência Senado Moreira Mariz / Agência Senado Raimundo Lira

 Nesta quarta-feira (27), a sessão da comissão do impeachment no Senado foi marcada por discussões como a dos ex-companheiros de PT, Marta Suplicy, agora no PMDB, e Humberto Costa. Marta acusa senadores de tumultuar as sessões e pedir explicações desnecessárias, mas Humberto Costa rebate dizendo que os prazos estão estabelecidos e que não há procrastinação.

Assim como na Câmara, parlamentares governistas tentaram desqualificar o processo, alegando que não há crime de responsabilidade. Porém, em mais uma demonstração de isolamento do PT, o senador Fernando Bezerra, do PSB, ex-ministro de Dilma, defendeu o impeachment: “O impeachment é o remédio político mais severo previsto na Constituição, mas, na realidade atual do país, é o remédio constitucional mais adequado e necessário para corrigirmos o rumo e superarmos os graves danos econômicos e sociais causados ao nosso país”.

Os bate-bocas se estenderam por toda a sessão, em que mais de 20 senadores se inscreveram para falar. O petista Lindberg Farias atravessou até o pronunciamento do tucano Ricardo Ferraço para defender a presidente Dilma.

O cronograma do relator Antônio Anastasia, do PSDB, prevê a análise do parecer pela Comissão no dia 6, e a votação em plenário em 11 ou 12 de maio. Mesmo com o calendário já definido, o presidente da Comissão, Raimundo Lira, do PMDB, teve dificuldades para conter os conflitos entre os senadores: “Vamos todos ter calma, vamos controlar nossas emoções, somos senadores da república, um grupo seleto. A senadora Gleisi vai me atender nesse pedido e quando ela for fazer o pronunciamento dela na inscrição, ela lê o requerimento para não dar margem para abrir exceções para todas as pessoas fazerem breves comunicações”.

Para que o relatório seja aprovado, é preciso ter maioria simples dos senadores em plenário. Se o processo for aberto, a presidente será afastada do cargo por 180 dias, e terá início a análise da denúncia sob o comando do presidente do STF.

A Comissão do Senado receberá nesta quinta-feira os autores do pedido de impeachment. Os juristas Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal vão sustentar o parecer que embasou a decisão da Câmara. Já na sexta é esperada a defesa de Dilma Rousseff, com o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, os ministros Nelson Barbosa e Kátia Abreu, e um representante do Banco do Brasil.

No dia 2 de maio serão ouvidos o procurador do TCU, Júlio de Oliveira, o ex-ministro do STF Carlos Velloso, e o professor da USP José Maurício Conti. No dia 3, a Comissão recebe o professor da UFRJ, Geraldo Prado, Ricardo Lodi Ribeiro, da UERJ, e o ex-presidente da OAB, Marcello Lavenère.

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