Rapidez de Cunha na comissão é criticada: “lá ele é Senna, aqui é Barrichello”
O Conselho de Ética quer ampliar a investigação contra Eduardo Cunha no processo do Supremo Tribunal Federal e Procuradoria-geral da República. O presidente da Câmara é réu em ação no STF, acusado na Lava Jato de integrar o petrolão, e também responde por mentir à CPI da Petrobras.
Cunha garantiu não ter conta no exterior, mas a alegação caiu quando veio à tona a existência de depósitos na Suíça, dos quais ele é o beneficiário. O deputado Carlos Marun (PMDB) questiona a proposta do Conselho de Ética em anexar novas provas contra o presidente da Câmara: “O Presidente Eduardo Cunha recebeu realmente aditamento por parte dos autores do pedidoo de impeachment que está tramitando nessa Casa e remeteu a comissão de impeachment para que lá fosse deliberado o assunto. Aqueles que aqui debatem pela legalidade do aditamento, lá debatem pela ilegalidade, tipo lá pode, aqui não pode”.
A defesa de Eduardo Cunha arrolou oito testemunhas, sendo dois advogados suíços e dois ex-dirigentes da antiga Câmara de Comércio Brasil-Zaire. Os deputados ressaltaram a dificuldade natural para ouvi-los, como mais uma manobra do peemedebista, mas ele garante que nem sabia disso: “Eu não pedi isso. O que eu puder fazer para facilitar, eu facilito. E uma discussão que meu advogado deve estar fazendo. Eu nem vi o meu advogado essa semana, eu na vi a peça que ele apresentou”. Cunha também disse que confia no trabalho de seu advogado.
A sessão esvaziada do Conselho de Ética gera a interpretação de que Cunha ganha sobrevida com o impeachment e um acordo dos citados na Lava Jato. O presidente José Carlos Araújo (PSD) e o deputado Chico Alencar (PSOL) ressaltam que desde outubro o caso vem se arrastando na Câmara:
“JCA: A comissão esta correndo a 350 km/h, igual carro de Fórmula 1 porque está sendo comandada pelo presidente da Casa.
CA: “Lá ele é o Ayrton Senna e aqui é o Rubinho Barrichello”
O advogado de Eduardo Cunha, Marcelo Nobre, condena a inclusão de novas acusações no Conselho de Ética e sinaliza mais um recurso da decisão. O presidente da Câmara alega que os recursos que têm no exterior tiveram origem em negócios na África, mas a Lava Jato suspeita de desvios na Petrobras.
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