Reale Jr: pedaladas de governos anteriores não se comparam às de Dilma

  • Por Jovem Pan
  • 30/03/2016 08h37
Reale Jr

 Em entrevista à Jovem Pan, o jurista e autor do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, Miguel Reale Júnior rebate as afirmações de que todos os governos cometeram pedaladas fiscais: “é uma grande mentira. Foi feito pelo Tribunal de Contas da União um levantamento histórico, demonstrativo, e está no parecer que se houve repasse das instituições financeiras, foram feitas por poucos dias e valores pequenos. Isso não aconteceu no governo Lula e Fernando Henrique Cardoso. (…) Mas do governo Dilma são valores astronômicos e por longo tempo”. O jurista acrescenta que pedaladas em governos anteriores duravam cerca de 10 dias e estavam relacionados a repasses de fluxo de caixa e não em disfarçar grandes dívidas.

Para Reale está claro que no governo de Dilma Rousseff existiu um crime de falsidade ideológica, uma vez não se trata apenas de um problema contábil, mas sim um artifício que disfarçou um enorme déficit fiscal. O jurista aponta que as dívidas do governo não só eram direcionados para programas sociais, mas que houve o repasse de R$ 444 bilhões que o tesouro colocou no BNDES para financiar obras de empreiteiras que hoje aparecem na Lava Jato.

Outra questão que Reale ressalta no pedido de impeachment são os decretos emitidos por Dilma sem a participação da outras instâncias que deveriam ser envolvidas: “Decretos sem respaldo, sem autorização da Câmara dos deputados, do Congresso”.

O maior problema apontado pelo autor do pedido de impeachment é a consciência da presidente do que seria feito com a economia: “Foi com tristeza que vi o desmonte da economia brasileira. (…) Estamos eu uma situação desesperadora para famílias, jovens, por conta disso, para forçar um ajuste que não existia e para ganhar eleição”.

Reale também afirma que o novo pedido de impeachment protocolado pela OAB seguiu a mesma linha daquele emitido por ele junto a Hélio Bicudo e Janaína Paschoal. Ele elogia as manifestações ocorridas em todo o país pela saída da presidente e pede que a pressão popular continue mesmo após uma possível queda de Dilma Rousseff. Ele defende que o propósito seja cobrar seriedade dos representantes políticos: “O maior malefício que Lula fez foi legitimar o direito de ser bagaceiro. Recuperar a dignidade e seriedade é fundamental”.

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