Refugiados sírios em São Paulo lamentam ataque químico de Assad
A guerra na Síria, que começou como um levante pacífico contra o presidente Bashar al-Assad em 2011, se transformou em um conflito brutal e sangrento. A ONU estima que cerca de 400 mil sírios morreram e mais de 4,5 milhões deixaram o pais desde então.
No Brasil, um em cada quatro refugiados é sírio, de acordo com o Ministério da Justiça
Riad Altimawi é estudante do nono ano, tem 15 anos. Ele saiu de Damasco, no centro da Síria e veio pra São Paulo com a família quando tinha 12 anos, para fugir da Guerra
“Foi uma coisa absurda. Ataque químico é proibido no mundo inteiro”, lamenta o jovem. “Quando eu cheguei para cá, achei a vida muito difícil porque eu não sabia muita coisa sobre o Brasil. Então foi uma reação bem forte. Mas, depois de um tempo, eu fiquei me acostumando”. O jovem se mudou “porque era a única opção que a gente tinha”, diz.
Treze anos mais velho que Riad, o professor e palestrante sobre a cultura árabe, Abdulbaset Jarour, deixou Aleppo, na Síria em 2014 e veio pra São Paulo.
Sua irmã de 12 anos e a sua mãe ficaram e vivem a uma hora de onde aconteceu o ataque químico. Abdulbaset fala do amor pelo Brasil e diz que a resposta dos EUA demorou seis anos para acontecer.
“O Brasil abriu a porta para eu fazer uma vida nova. E estou muito feliz, agradeço muito a Deus porque muitos dos meus amigos morreram, mas ainda estou vivo”. Ele lembra o ataque químico e faz um apelo: “quero falar para quem está me ouvindo que todo dia o sírio está morrendo”.
“O ataque de Donald Trump onde tem armas químicas da Síria, acho que não vai fazer diferença nenhuma. Não tem feito. Porque já é o sexto ano em que os sírios estão morrendo”, desabafa.
Desde 2013, consulados e embaixadas brasileiras no Oriente Médio têm emitido vistos especiais e simples para permitir que os sírios venham para o Brasil e solicitem refúgio assim que chegarem.
Ouça AQUI a reportagem de Victor Moraes
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