Relator apresenta parecer no Conselho de Ética, mas Cunha pode evitar a cassação
A tropa de choque do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tenta afastar o mais recente relator do processo, além de trabalhar para que seja aprovada no Conselho de Ética a suspensão do mandato por 30 dias, ao invés da cassação definitiva de Cunha.
Cunha já articulou a substituição de cinco integrantes do Conselho de Ética, e pode ter conseguido a maioria para evitar sua cassação.
O relator do processo, Marcos Rogério (DEM-RO), denuncia que tem sido atacado por aliados do presidente afastado: “Eu tenho ouvido nos corredores sobre manobras a caminho no sentido de afastar o novo relator. Não há elementos regimentais ou jurídicos para sustentar essa tese, mas a essa altura do campeonato não se pode duvidar de nada. Eu espero continuar até o fim desse processo e concluir o meu trabalho. Não me dá prazer fazer esse tipo de trabalho, relatar um processo dessa natureza”.
Marcos Rogério apresentará o parecer dele no Conselho nesta segunda-feira (30): “O meu relatório, meu voto, reproduzirá o conjunto das provas colhidas no curso da instrução. Tudo aquilo que foi objeto de análise, que chegou ao Conselho através de provas documentais e testemunhais, eu vou levar em consideração”.
O presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA) anulou a primeira votação que decidiu pela abertura do processo, de forma semelhante ao que aconteceu no processo de Dilma Rousseff, sendo que neste último, o deputado voltou atrás. Dessa vez, a decisão limitou o julgamento de Cunha à acusação de mentir no plenário da CPI da Petrobras, ao dizer que não possuía contas no exterior.
Informações do correspondente da Jovem Pan em Brasília, José Maria Trindade.
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