Relator desconhece emenda que anistiaria caixa dois: “coisa de gente apavorada”

  • Por Jovem Pan
  • 24/11/2016 09h33
Nilson Bastian/Câmara dos Deputados Onyx Lorenzoni - fotos publicas

Após a aprovação das medidas contra a corrupção na comissão especial da Câmara, líderes de quase todos os partidos – com exceção da Rede e PSOL – irão tentar derrubar o relatório apresentado e aprovar um projeto substitutivo no plenário. A votação, segundo os deputados, está prevista para esta quinta-feira (24), e deve incluir duas medidas polêmicas: a anistia ao caixa dois e a previsão de punição de magistrados e integrantes do Ministério Público Federal por crime de responsabilidade.

Sobre a emenda de plenário que circulou pela Casa, em um “Art. X”, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse desconhecer o teor do texto. Diz o Art. X: “não será punível nas esferas penal, civil e eleitoral, doação contabilizada, não contabilizada ou não declarada, omitida ou ocultada de bens, valores ou serviços, para financiamento de atividade público-partidária ou eleitoral realizada até a data da publicação desta lei”.

“Desconheço o texto e vou dizer que esse texto não tem nada a ver com caixa dois, mas com corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro (…) Eu acho que isso é coisa de gente que deve estar apavorada com o que ainda está por vir. Isso não fica de pé, na minha visão, no Supremo Tribunal federal. Se isso for feito, e espero que não se tente fazer isso, é uma desmoralização”, criticou.

Confira abaixo a imagem compartilhada nas redes sociais da emenda que circula na Casa:

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o deputado afirmou que vem tentando contato com parlamentares para saber o que exatamente ocorreu após a votação que, por unanimidade, acatou seu relatório. “Lamentavelmente, eu acordei e fui dar uma olhada nas notícias e começo a ver que teve reunião à noite. Fui destituído enquanto dormia. Ainda não entendi o que querem fazer e o que estão pensando em fazer”, disse.

O deputado disse esperar que a Câmara dos Deputados decida com “racionalidade e bom senso” e que não se produza uma tragédia. “Depois desse avanço, qualquer recuo seria um desrespeito aos brasileiros que deram seu aval ao texto”.

Confira a entrevista completa:

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