“Saia, por favor, da presidência nacional do PSDB”, pede Mario Covas Neto a Aécio
O presidente do PSDB municipal de São Paulo, Mario Covas Neto, divulgou vídeo no final desta quarta-feira (17) em que pede o afastamento de Aécio Neves do comando nacional do partido.
“Senador, chegou a hora de o senhor sair da presidência nacional do PSDB”, diz o tucano logo no início do vídeo.
“Hoje o senhor não tem mais condições de presidir oi partido. Não dá para alguém acusado de uma série de coisas ficar à frente de um partido criado sob a égide da ética e da boa gestão pública. Como o senhor acha que estando a frente não mancha todos os demais componentes do partido? Vá para casa, prepare sua defesa, depois, o senhor inocentado, será recebido de braços abertos. Mas, até que isso aconteça, o melhor é deixar à frente do partido alguém que não esteja ferido como o senhor está. Saia, por favor, da presidência nacional do PSDB”, pede o companheiro de partido.
O caso
Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, teria pedido R$ 2 milhões para pagar advogado da Lava Jato.
O dinheiro teria sido entregue a seu primo Frederico Pacheco de Medeiros, o “Fred”, em quatro parcelas de R$ 500 mil. Uma das entregas, feita por Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais da JBS, foi gravada pela Polícia Federal.
O material foi entregue em delação premiada de Joesley Batista, um dos donos da JBS, conforme divulgou o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo na noite desta quarta (17).
Advogado de Aécio
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o advogado de Aécio Neves, Alberto Zacharias Toron, negou que tenha recebido qualquer quantia para defender o senador afastado do PSDB na Operação Lava Jato.
Segundo gravação feita pelo dono da JBS, Joesley Batista, o presidente nacional do PSDB teria pedido R$ 2 milhões para sua defesa no âmbito da operação. Para o advogado Toron, o episódio não revela uma obstrução de Justiça: “Ficou absolutamente claro que nunca recebi esse dinheiro. Uma segunda questão, que é importante levantar, do ponto de vista do senador Aécio, é que o episódio dele, não revela qualquer obstrução de Justiça. Ou seja, o que se retrata é que ele pede dinheiro alguém das relações dele supostamente para pagar o advogado. Admitindo-se que seja exatamente isso, já sabemos que não recebi dinheiro nenhum. Mas admitindo-se que fosse isso, não há ato de obstrução de justiça. Pedir dinheiro emprestado para pagar dívida ou quem quer que seja, não traduz o crime de obstrução de justiça”.
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