Santa Casa de SP segue sem previsão de quando retomará cirurgias eletivas

Santa Casa de São Paulo

A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo não tem previsão de quando retomará a realização de cirurgias eletivas, aquelas que não possuem caráter de urgência, suspensas em julho por falta de dinheiro.

Desde segunda (22), médicos do Departamento de Cirurgia de várias especialidades promovem uma paralisação para pressionar a instituição a retomar esse agendamento.

Na fila há ao menos 300 pacientes, sendo que alguns deles têm câncer. A situação é bastante complicada porque um tumor, por exemplo, se não for retirado com rapidez pode se tornar, muitas vezes, inoperável.

O paciente perde a chance da cura, explicou Fernando Lacerda que vive um impasse junto com outros 133 médicos residentes. “Esses oncológicos têm uma doença progressiva. Isso gera constrangimento da nossa parte porque temos que dar ao paciente o tratamenot dele e informar que estamos esperando pela cirurgia dele acontecer”, disse.

O feirante Adauto Barbosa estava na fila da marcação de cirurgia nesta terça-feira (23) sem esperanças e indignado. Ele precisa operar uma hérnia na virilha há um ano. Agora, para tentar uma nova vaga, vai precisar realizar todos os exames preparatórios novamente.

“Sabe o que o médico me disse? Que não podem fazer minha cirurgia porque eu não estou precisando tanto”, contou.

Esse é mais um capítulo da maior crise de sua história da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Com um dívida de quase R$ 900 milhões com fornecedores e credores, o hospital espera um aporte do Governo do Estado e empréstimos junto ao BNDES para retomar sua plena atividade.

Em nota, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia informou que as cirurgias consideradas emergenciais, além dos atendimentos ambulatoriais e dos exames continuam sendo realizados normalmente.

*Informações da repórter Carolina Ercolin