Se cair Temer, vão assumir outras pessoas investigadas por corrupção, diz Dallagnol

  • Por Jovem Pan
  • 24/05/2017 07h16
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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Deltan Dallagnol Procurador Deltan Dallagnol

Perícia nos áudios que registraram a conversa entre Michel Temer e Joesley Batista pode demorar até 30 dias, indica Polícia Federal em resposta ao Supremo Tribunal Federal. Já o exame dos áudios com diálogos do empresário da JBS com outros interlocutores, como Aécio Neves, pode demorar mais: até 60 dias.

O coordenador da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, defendeu a delação da JBS durante evento em São Paulo. Ele aponta que crimes gravíssimos foram cometidos, se sentindo estarrecido com o cenário atual, três anos após o início das investigações, políticos e empresários ainda incorrem em transgressões.

“Todo mundo sabe que tem delator e os caras continuam praticando crimes escudados na imunidade contra a prisão que tem os políticos da alta esfera e no foro privilegiado. Isso é muito absurdo. Temos evidências que apontam para crimes praticados pelo próprio presidente da República, por um presidenciável, temos ainda indícios de que se buscava aniquilar a Lava Jato, crimes praticados por mais de 1,8 mil políticos”, disse.

Sobre uma eventual renúncia ou impeachment do presidente Michel Temer da presidência, Deltan Dallagnol, ponderou que não mudaria em “quase nada” os rumos da Operação Lava Jato: “o que nós sempre frisamos é que mudança de Governo não é meio caminho andado contra a corrupção. Não é caminho nenhum. Porque se cair Temer, vão assumir outras pessoas investigadas por corrupção”.

Líderes do Governo Temer e de 17 partidos apresentaram uma proposta na Câmara dos Deputados com o objetivo de tentar anular a delação dos irmãos Batista e de outros executivos da JBS com a Procuradoria-Geral da República.

*Informações do repórter Felipe Palma

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