Secretaria de Segurança prevê cerca de 12 mil manifestantes em Curitiba nesta quarta

  • Por Jovem Pan
  • 09/05/2017 06h12
BRA105. BRASILIA (BRASIL), 13/03/2017.- El expresidente de Brasil Inácio Lula da Silva participa en la apertura del seminario del congreso de la Confederación Nacional de Trabajadores de la Agricultura (Contag) hoy, lunes 13 de marzo de 2017, en Brasilia (Brasil). Lula ignoró hoy la declaración que deberá hacer este martes ante un juez como reo y asistió a un congreso campesino con duras críticas al Gobierno de Michel Temer y casi en plan de "candidato". EFE/Joédson Alves EFE/Joédson Alves Lula - EFE

Grupos favoráveis e contrários a Lula esperam mobilização histórica, nesta quarta-feira, em Curitiba, durante o depoimento do ex-presidente.

A previsão da Secretaria Estadual da Segurança Pública é de que 300 ônibus, com cerca de 12 mil manifestantes, chegarão à capital paranaense até amanhã.

As ruas em torno do prédio da Justiça Federal serão bloqueadas e opositores e apoiadores petistas ficarão em pontos diferentes, para evitar confrontos.

O edifício estará fechado ao público e somente moradores cadastrados e profissionais de imprensa terão acesso à região.

Nesta segunda-feira (08), a Justiça proibiu as montagens de barracas e acampamentos em ruas e praças da cidade.

A decisão é da juíza Diele Denardin, da Quinta Vara de Fazenda Pública de Curitiba, que definiu multa diária de R$ 50 mil, em caso de descumprimento.

A Defensoria Pública do Paraná afirmou que a determinação cria “um constrangimento ilegal” aos manifestantes e vai tentar reverter a sentença.

O secretário de políticas sociais da Central dos Trabalhadores do Brasil, Rogério Nunes, relatou que o objetivo dos atos é garantir o respeito à Justiça. “Se é um depoimento, ele vai fazer o depoimento, dizer a verdade e esperamos um julgamento justo, sério. Que não haja radicalização e que seja um processo jurídico e não político, que a gente desconfia que tem uma tentativa em relação a isso”, disse.

Alguns dos grupos contrários a Lula suspenderam os protestos, depois que o juiz Sérgio Moro pediu que defensores da Lava-Jato não fossem a Curitiba.

O líder do Vem Pra Rua, Rogério Chequer, ressaltou que os apoiadores petistas tentam dar dimensões falsas à mobilização. “Eu acho que há espetacularização por parte dos defensores de Lula para tentar demonstrar que o País está dividido. É uma pequena minoria que tenta defender Lula e todos os atos cometidos nos últimos anos”, explicou.

Rogério Chequer acrescentou que a mobilização desta quarta-feira indica que “o ex-presidente insiste em ser tratado de forma diferente dos outros réus”.

A porta-voz do movimento Nas Ruas, Carla Zambelli, afirmou que a mobilização ficará restrita aos grupos de esquerda. “A esquerda sempre aproveita esses momentos para fazer um espetáculo. Então acreditamos que temos de dar paz ao juiz Sérgio Moro trabalhar e a esquerda quer fazer o contrário”.

Carla Zambelli destacou que o fracasso da greve geral do dia 28 indica que o movimento desta quarta-feira em Curitiba também não terá apoio popular.

Em um vídeo divulgado na Internet, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, voltou a dizer que o cliente é vítima de um “processo político”. “Em uma democracia, juízes não transmitem vídeos para seus apoiadores. Os atos do juiz Moro, tanto os recentes como o de meses anteriores, reforçam minha visão de que os processos abertos contra o ex-presidente Lula têm motivação política e, por isso, são ilegítimos”, alegou.

Cristiano Zanin Martins se referiu ao vídeo divulgado pelo juiz Sérgio Moro, em que o magistrado pede que apoiadores da Lava-Jato não vão a Curitiba.

Nesta segunda-feira, Moro negou o pedido dos advogados de Lula, que pretendiam fazer uma gravação alternativa do depoimento.

No despacho, ele afirma que a audiência será filmada somente pela própria Justiça Federal, como tem sido feito desde o início da Operação Lava Jato.

Os advogados de Lula declararam que “a negativa afronta uma expressa disposição legal” e prometem recorrer da decisão.

A defesa também pediu nesta segunda-feira a suspensão do depoimento e do processo, que apura irregularidades na compra do tríplex do Guarujá.

A alegação é de que não há tempo suficiente para analisar os 5 mil documentos relativos ao caso, que, reunidos, somam cerca de 100 mil páginas.

*Informações do repórter Vitor Brown

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