Secretário minimiza impacto de despesas com funcionalismo público
O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, afirmou que não será possível consertar as contas públicas no curto prazo. Ele esteve em São Paulo para participar do seu primeiro evento público desde que assumiu o cargo no governo de Michel Temer, um debate sobre desafios e perspectivas do Brasil.
Segundo Almeida, um ajuste fiscal imediato em despesa engessada não existe. Por isso, o foco será no lado estrutural do gasto. O economista afirmou que é errado se esperar pacotes econômicos ou acreditar que um governo que tem menos de um mês consiga discutir mais reformas do que ao longo de todo o último governo: “Tem medidas que não vão ser exatamente o que a sociedade espera. Tem muita gente que está fora do governo, tenho amigos que acham que dá para fazer todos os ajustes fiscais do Brasil em dois meses. Como? Determinadas medidas são possíveis, mas existem entraves constitucionais”.
O economista relativizou os impactos sobre o aumento do funcionalismo aprovado na semana passada. A soma de todos os reajustes previstos nos 15 projetos pode gerar um impacto de mais de R$ 54 bilhões em quatro anos nas contas públicas: “Mesmo com esse reajuste agora, o aumento real vai ficar muito próximo ao que foi o primeiro governo Dilma, e a despesa pessoal sobre o PIB caiu. Agora possivelmente, como o PIB está muito baixo, a despesa pessoal sobre o PIB pode ficar constante ou subir muito pouco, 0,1 ponto do PIB. Não é isso que vai causar problema fiscal”.
Em Nota, o Ministério da Fazenda afirma que o reajuste do funcionalismo estará sujeito ao limite constitucional de gastos. Diz ainda que o governo já anunciou que vai propor ao Congresso uma emenda constitucional que limitará, pela primeira vez, o crescimento do gasto público.
Reportagem: Carolina Ercolin
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