“Segurança pública não é só uma questão de polícia” diz Secretário de Segurança

  • Por Jovem Pan
  • 05/11/2015 11h57
Nathalia Manzaro/ Secretaria de Segurança Pública de SP Alexandre de Moraes

 Com a recente onda de violência no bairro do Morumbi, em São Paulo, são discutidas as ações da polícia na região, que há muitos anos sofre com assaltos e arrastões.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, o Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, afirma que ações estão sendo realizadas de forma preventiva e ostensiva: “Se compararmos os primeiros nove meses deste ano com os do ano passado, veremos que a violência diminuiu, mas os níveis de criminalidade não estão bons. Colocamos mais dois pelotões da ROTA e aumentamos a ROCAM. Não é só o preventivo e o ostensivo, mas a investigação também está sendo reforçada”.

Quando questionado se essas ações farão parte de um trabalho constante, o secretário diz: “Há um trabalho permanente no Morumbi , no Real Parque. Intensificamos  a presença com motocicletas. O caminho está correto. E quando ocorre um aumento da criminalidade, fazemos uma saturação, para prender as quadrilhas”.

O trecho conhecido como “ladeirão” do Morumbi, localizado a 2 km da sede do governo do Estado, é um dos pontos mais críticos de violência do bairro. Isso se deve por causa de sua localização próxima da favela de Paraisópolis e da ligação com a Marginal Pinheiros. Sobre uma ação específica para essa rua, o secretário afirma: “A criminalidade não acaba. Não tínhamos ocorrências graves no ladeirão há 4 meses. Seria fácil e cômodo dizer que iríamos colocar 20 viaturas lá e nunca mais teríamos assaltos”.

Para o secretário a explicação da violência, mesmo com o policiamento, está ligada à formação do bairro: “O Morumbi teve um crescimento demográfico desordenado. Alguns lugares não têm luz ou acessos, até para a polícia. Segurança pública não é só uma questão de polícia”.

Outra ação realizada pela secretaria é trabalhar em conjunto com a Associação Amigos do Bairro, para ter acesso às imagens de criminosos, e com a CET, para impedir a fuga com motos. Alexandre de Moraes explica: “Vamos usar a tecnologia. Com imagens teremos respostas mais rápidas”. Já existem mais de 500 câmaras de moradores integradas à secretaria para fazer videorreferenciamento”.

O secretário diz ser improvável a formação de um crime organizado relacionado aos assaltos e arrastões. Para ele são roubos e furtos difusos, sem coordenação, realizados por quadrilhas que não se relacionam.

Com a implementação de policiamento comunitário na Cidade Universitária da USP e no Jardim Angela, o secretário nega que algo semelhante poderia ser aplicado no Morumbi: “O policiamento comunitário instalado na Cidade Universitária não é o melhor modelo, pelas características do bairro. Precisamos de mais motos, da troca de imagens. A sede em Paraisópolis foi desapropriada por questão jurídica. Nós vamos realizar ainda em novembro a reintegração e reinstalar a base comunitária dentro de Paraisópolis”.

Confira a matéria do Jornal da Manhã na íntegra.

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