Sem acusados, inquérito da atuação de black blocs em 2013 e 2014 é encerrado
O inquérito que investigava atuação de black blocs nas manifestações de 2013 e 2014 foi encerrado sem acusar nenhum culpado. O jornal Folha de São Paulo informou que o chamado inquérito-mãe durou dois anos e reuniu aproximadamente 300 depoimentos. O processo teria sido finalizado sem levar ninguém à justiça porque não foi possível individualizar as condutas criminosas.
O promotor Marcelo Barone, que atuou nas fases iniciais do caso, afirma que algumas detenções individuais foram mais efetivas do que o enorme inquérito: “Naquela época foi instaurado o inquérito que ficou gigantesco e, ao mesmo tempo, não chegou a lugar nenhum. Algumas pessoas foram presas em flagrante e essas tiveram algum tipo de punição”. O promotor afirma ainda que a polícia poderia ter enquadrado os suspeitos no crime de constituição de milícia privada, pela grande articulação entre eles.
O criminalista Mário de Oliveira Filho avalia que a conclusão do inquérito é frustrante depois de tanto esforço: “Isso gera um sentimento de impunidade. Não que não houve um processo, o inquérito, depois de 300 pessoas ouvidas, teve uma farta documentação de imagens”.
Em outubro de 2013, o governo de São Paulo anunciou a criação de uma força-tarefa que instaurou o inquérito. O diretor do Deic à época, delegado Wagner Giudice, disse que era função da polícia civil provar que os grupos em questão eram uma organização criminosa.
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