Sem emprego, brasileiros perdem planos de saúde e voltam à rede pública
Por causa da crise econômica, quase 1,5 milhão de pessoas perderam o plano de saúde no último ano. O número, além de representar uma sobrecarrega do sistema público, que já não funcionava bem antes da instabilidade do país, traz preocupação ao setor, com dificuldade para fechar as contas, explica o presidente da Federação dos Hospitais do Estado de São Paulo, Yussef Ali Meri Junio: “Essa receita, de 1,3 milhão é significativa, é quase 2,5% da população atendida por planos de saúde. Evidentemente isso reflete nos hospitais, laboratórios e clínicas. Nos não temos ainda o mapa efetivo, se teve uma região mais afetada ou não, mas não tenho dúvidas de que estamos vivendo momentos difíceis”.
Segundo a entidade, uma saída é desonerar hospitais, clínicas e laboratórios, que pagam até 32% de carga tributária. A saúde suplementar, que atende 48,8 milhões de pessoas, ou seja, 25% da população, também discute medidas para garantir a sua sustentabilidade.
Reflexo da alta do desemprego, a maior queda de usuários atinge planos empresariais, com 887 mil beneficiários a menos. Um dos sintomas da crise foi sentido em 2015, quando a Unimed Paulistana, sem condições para cumprir seus contratos, foi obrigada pela ANS a entregar a carteira de 744 mil clientes a outros gestores.
Reportagem: Carolina Ercolin
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