Sem incentivo fiscal ou crédito, venda de carros novos cai

Vendas de carros novos caem 26%

 O mercado de veículos usados cresceu no Brasil após o fim dos incentivos fiscais do governo e a maior restrição ao crédito para a compra de um zero quilômetro. As vendas dos carros com até três anos de uso cresceram 33%, enquanto os novos emplacamentos caíram 26% em 2015. Após anos de redução de impostos e financiamentos em até 60 meses, a crise econômica elevou o desemprego e abalou a confiança do consumidor.

O presidente da Associação das Revendedoras do Estado de São Paulo, George Chahade, considera que o comprador retornou à realidade: “Ele volta à sua realidade, de comprar um veículo que caiba no seu bolso. Foi um ano de recuperação. Se você vir os patamares que estávamos praticando em 2012, ainda falta uma grande fatia para o mercado voltar a ter a mesma estabilidade que teve em 2012”.

A Assovesp avalia que no estado de São Paulo a venda de veículos usados cresceu 1%, mercado que chega a representar 50% do país. As montadoras registraram queda de 23% na produção em 2015, com 2,5 milhões de veículos, um volume de 10 anos atrás. No auge da euforia do crescimento de dois dígitos nas vendas, muitas marcas tinham a expectativa de 4 milhões de unidades em 2018.

Em entrevista a Marcelo Mattos, a economista Tereza Fernandes avalia que o mercado brasileiro foi superestimado e sobra capacidade instalada nas fábricas: “Está sobrando mercado hoje e é difícil saber como vai ser esse contorno daqui para frente. Tem muita montadora nova que está ganhando espaço e as tradicionais estão encolhendo, são as que mais perderam mercado ao longo dos dois últimos anos. Vai ter uma mudança aí que não está 100% clara”.

Segundo a Fenauto, Federação Nacional dos Revendedores de Veículos, as vendas de seminovos passaram de 3 para 4 milhões, em 2015. No levantamento com os demais modelos usados, acima dos três anos de fabricação, o total engloba mais de 13 milhões de unidades.