Semana que promove educação financeira começa nesta segunda em todo o País

  • Por Jovem Pan
  • 08/05/2017 07h26
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Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas Dinheiro - publicas

A educação financeira do brasileiro está muito ligada aos hábitos de uma memória inflacionária, que já não existe. As décadas de 60 e 70 simbolizam o início do desequilíbrio econômico no Brasil. Naquele período, os índices chegavam a 40% ao ano.

Mas a média anual da década de 90, até 1994, na verdade, quando começou o plano Real, é ainda mais traumática: bateu 764%. Além de corroer o salário, a inflação também encarecia os produtos.

Ao longo do tempo, aprendemos, portanto, que, ao invés de comprar picado, o melhor era fazer compra do mês. Que investir sem errar era comprar um carro, um imóvel, uma linha telefônica.

Exceto o telefone fixo, o brasileiro mudou muito pouco os hábitos. Tudo isso, apesar de o sistema financeiro já não ser mais o mesmo.

“Os nossos avós, nossos pais investiam lá atrás tinha uma outra característica do mercado financeiro. Não tinha todos os produtos e veículos de investimento que temos hoje”, disse Fabio Lopes, analista do Departamento da Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central.

Mas, hábitos são hábitos. E passam de geração para geração. Soma-se ao diagnóstico feito pelo analista, uma expectativa maior de vida do brasileiro e a crescente oferta de crédito no País, um novo velho costume do consumidor.

No entanto, aos poucos, estamos aprendendo. Lembra? A poupança era uma preferência nacional. Desde a perda de rentabilidade da caderneta em relação a outras aplicações, em 2013 e 2014, os saques têm sido recordes.

Em abril, por exemplo, a retirada líquida chegou a quase R$ 1,3 bilhão. Agora, também, para cobrir dívidas num cenário de queda da renda e de aumento de desemprego. É um sinal, mas o caminho é longo.

A partir desta segunda-feira (08), será possível se atualizar, de graça, em oficinas oferecidas promovidas pelo Banco Central em Brasília, São Paulo, Recife e Belém.

São mais de mil oficinas agendadas e muitas são online, ou seja, qualquer um pode fazer desde que tenha acesso à internet.

Segundo Fábio Lopes, é preciso municiar o cidadão para fazer escolhas conscientes e autônomas. E também é na crise que se aprende mais sobre finanças.

Todas as informações estão no site www.semanaenef.gov.br.

A ideia é alcançar mais de um milhão de pessoas durante a Semana de Estratégia Nacional de Educação Financeira do Banco Central.

*Informações da repórter Carolina Ercolin

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