Senador diz que eventual prisão de pmdbistas não influencia impeachment
Com a renúncia de Aloysio Nunes (PSDB-SP) à Comissão de Impeachment, assume a vaga o senador suplente Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Em entrevista à Jovem Pan, ele afirma que o pedido de prisão do presidente do Senado, solicitado por Janot, não devem alterar o processo: “A decisão da PGR, do afastamento dos senadores Renan, Jucá e do ex-presidente, não pode ter qualquer influência na Comissão, que tem vida própria, tem autonomia e é regida por lei própria. Estamos vigilantes e não vamos permitir qualquer tipo de estratégia ou chicana para impedir a comissão de realizar seu trabalho, afastando de forma definitiva a presidente Dilma”.
Para Ferraço, a convocação de 48 testemunhas durante o processo está de acordo com o Código de Processo Penal, e o senador afirma que os prazos vão ser rígidos para evitar qualquer procrastinação: “Não vai atrapalhar o trabalho porque estamos obedecendo ao processo legal. (…) Os prazos serão rígidos e não vamos permitir procrastinação”. O senador acredita que o impeachment de Dilma será julgado na primeira semana de agosto.
As gravações e delações recentemente divulgadas, com suspeitas envolvendo a presidente afastada, não serão incluídas no processo. Mas Ferraço diz que, apesar do material não ser utilizado agora, terá influência política: “Um julgamento de impeachment é político e jurídico, com fatos consignados e consagrados na Constituição, mas do ponto de vista político, devemos considerar o conjunto da obra perversa conduzida pela presidente Dilma. Ela perdeu as condições morais de governar o país”.
Sobre o governo interino de Michel Temer, Ferraço defende uma legitimação maior a partir de um estreitamento da relação entre o presidente e a sociedade: “O presidente Temer chegou à presidência por força da Constituição, mas precisa se afirmar a cada oportunidade, sinalizando que é o governo da mudança e transformação. Ele vai se legitimar diante da sociedade com atitudes políticas”.
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