Setor privado pode aumentar investimentos em governo Temer

CNI

 A Confederação Nacional da Indústria entregou a Michel Temer uma proposta com 36 medidas, considerada pela entidade como indispensáveis.

Em entrevista à Jovem Pan, o diretor de políticas e estratégias da CNI, José Augusto Fernandes, afirma que as medidas visam recuperar a confiança: “É voltado para recuperar a confiança e o equilíbrio fiscal de longo prazo. Houve uma deterioração grande nas contas públicas, e isso gera insegurança sobre quais políticas serão construídas para essa questão. Tem o receio de mais carga tributária, ou solvência do estado brasileiro, como já observamos em estados da federação”.

A expectativa da CNI é que no prazo de 3 a 4 anos a situação do País esteja sustentável. Fernandes afirma que o caminho não será fácil e que o governo deve priorizar algumas reformas: “Nós não sairemos dessa crise através de atalhos ou de ações fáceis. Teremos que fazer de fato um trabalho de enfrentamento das questões que ameaçam hoje a economia brasileira, tanto na área fiscal como nos ambientes de negócios. Algumas devem ser priorizadas, porque o governo não terá capital político necessário para enfrentá-la em todas as dimensões. Uma delas é a da previdência, um dos escoadouros das condições fiscais do Brasil”.

Fernandes também afirma que o setor privado terá cada vez mais chances de investir em infraestrutura: “Um fato positivo é que hoje já ocorrem mudanças importantes nos marcos regulatórios. Não temos dificuldades transcendentais para aumentar as concessões em rodovias, portos e aviação. Tudo isso está mais ou menos desenhado. É mais uma definição na taxa de retorno nos leilões, ou seja, algo que passa pelo executivo e não passa mais pelo congresso, para acelerar o processo de concessões do setor privado na infraestrutura, salvo talvez na área de ferrovias”.

Com a possível mudança de governo, o diretor espera também um maior diálogo com os trabalhadores para a resolução dos problemas.

Informações: Thiago Uberreich