Presidente da Shell Brasil fala sobre o futuro energético do país
Cristiano Pinto da Costa concedeu entrevista ao apresentador Bruno Meyer no programa Show Business
O programa Show Business, tradicional talk show de negócios da Jovem Pan News apresentado por Bruno Meyer, recebeu nesta quarta-feira (7) o presidente da Shell, Cristiano Pinto da Costa. A Shell, presente no Brasil desde 1913, foi a primeira empresa privada a produzir petróleo em escala comercial no país. Durante a entrevista, o executivo discutiu um estudo recente da empresa sobre os cenários para a transição energética no Brasil e revelou os planos da gigante petroleira no país. “Petróleo e gás continuarão sendo fontes de energia necessárias pelas próximas décadas”, afirmou Costa. Ele revela um estudo interno da gigante petroleira, a segunda maior do Brasil, com mais de 400 mil barris diários, atrás apenas da Petrobras. “A transição energética é uma realidade. Ela vai acontecer, mas a velocidade com que isso vai ocorrer talvez seja um pouco diferente dependendo de onde você está”, acrescentou. O executivo enfatiza que, apesar das mudanças em curso, a demanda por petróleo e gás permanecerá significativa por muitas décadas.
Cristiano Pinto da Costa, formado em engenharia química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, está na Shell há 26 anos e ocupa a presidência desde agosto de 2022. Ele destacou que o Brasil está à frente de muitas nações devido à sua matriz energética mais limpa e ao perfil de emissões de CO2, que é diferente de outros países. O estudo da Shell revelou que, para o Brasil atingir suas metas de descarbonização e emissões líquidas zero até 2050, é essencial combater o desmatamento ilegal. Além disso, o país tem oportunidades em diversas áreas, como biocombustíveis, mercado de crédito de carbono e energia renovável. O executivo também abordou o futuro do petróleo, afirmando que, apesar da transição energética, o óleo e gás continuarão sendo necessários nas próximas décadas. Ele ressaltou que a Shell está investindo em novas tecnologias, como sequestro de carbono e hidrogênio, além de continuar apostando no gás natural como combustível de transição. A Shell, que tem uma história de 111 anos de operações contínuas no Brasil, mantém um portfólio diversificado, com negócios em exploração e produção, distribuição de combustíveis e biocombustíveis, e geração de energia solar.
Costa também falou sobre a importância da margem equatorial para o setor de óleo e gás no Brasil, destacando que a abertura de novas fronteiras exploratórias é essencial para garantir a continuidade da produção. Ele mencionou a parceria da Shell com a Petrobras, que inclui colaboração tecnológica e exploração de novas áreas, tanto no Brasil quanto na costa da África. O presidente da Shell no Brasil discutiu ainda a transição energética no setor automotivo, afirmando que a eletrificação da frota de carros será mais lenta no Brasil devido às características do país. Ele acredita que os carros híbridos terão um papel importante nessa transição.
Além disso, Cristiano destacou a importância da inovação no setor petroleiro, mencionando os investimentos da Shell em pesquisa e desenvolvimento no Brasil, em parceria com universidades e centros de pesquisa. Por fim, o executivo compartilhou sua trajetória na Shell, desde o início como estagiário até se tornar presidente da empresa no Brasil. Ele atribuiu seu sucesso à formação acadêmica, dedicação, foco e às oportunidades que a Shell lhe proporcionou ao longo dos anos. O executivo também enfatizou a importância do trabalho em equipe e da responsabilidade social das grandes corporações.
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