Sob pressão de moradores, Câmara retoma debate sobre Lei de Zoneamento

Rodrigo Ramon/JP Moradores do Jardins protestam contra revisão de Zoneamento

 A Câmara de São Paulo vai retomar a análise da nova Lei de Zoneamento sob forte pressão dos paulistanos. Associações de moradores condenam a expansão comercial em áreas residenciais e prometem se mobilizar durante a votação. As regras de Uso e Ocupação do Solo determinam o que cada via poderá abrigar: áreas residenciais, comércio, indústria e preservação ambiental.

Em entrevista a Marcelo Mattos, o integrante do Movimento Ame Seu Bairro, Diogo da Luz, teme que repitam nos Jardins os erros da Vila Madalena: “Quando começou todo mundo achou mais ou menos bom, porque um pouco de comércio traz movimento e dinheiro para a região. O primeiro comerciante se relaciona bem com os vizinhos. Mas a partir de certo ponto, com o segundo, terceiro (comerciante) existe uma deterioração total”.

O texto também limita a altura dos prédios, tamanho das construções e as regiões com potencial de adensamento, servidas com transporte público. O líder do governo Arselino Tatto, do PT, adianta que pretende concluir a votação em fevereiro: “Nós vamos votar o zoneamento sim. Está sendo feito um grande debate na cidade, inúmeras audiências já foram realizadas e a Casa está preparada para continuar debatendo para que no momento oportuno a gente possa aprovar o projeto”.

A oposição busca mudanças no texto aprovado em primeira discussão, mas, nos bastidores, haveria o interesse pela votação. O líder do PSDB, Andrea Matarazzo, considera que a ampliação do comércio em áreas residenciais ainda precisa ser revista: “Do jeito que está obviamente há uma devastação dos bairros residenciais, com a invasão de atividades comerciais e outras como boates, restaurantes, locais de reunião”.

E a pressão deve surtir resultado, já que o relator do projeto adianta que as mudanças foram aceitas pela prefeitura de São Paulo. O vereador Paulo Frange, do PTB, revela que o novo texto da Lei de Zoneamento deve proibir comércios em áreas como os Jardins e o Pacaembu.