SP 462 anos: qual é a cara de São Paulo?

  • Por Jovem Pan
  • 25/01/2016 06h56
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André Tambucci / Fotos Públicas São Paulo 462 anos

 Terra da garoa, cidade que não para, principal centro financeiro do país, município mais populoso… Estes são apenas alguns adjetivos que tentam ressaltar um pouco das qualidades da metrópole. Neste 25 de janeiro, a Jovem Pan tentou descobrir: qual é a cara de São Paulo?

Índios, portugueses, italianos, japoneses, alemães, judeus, árabes, espanhóis, libaneses, nordestinos, coreanos, bolivianos, haitianos… A cidade mais multicultural do Brasil tem essa vocação desde o século XIX, quando os primeiros imigrantes chegaram à cidade. Atraídos pelo café e depois pela indústria, eles foram os grandes responsáveis pela explosão populacional paulistana.

Em 1872, a capital paulista tinha pouco mais de 31 mil habitantes e quase 30 anos depois, em 1900, esse número já chegava a 240 mil. Mas o que diferencia São Paulo de outras grandes cidades brasileiras?

O professor da USP e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Jorge Cintra, explica: “Muitas tradições gaúchas vieram de São Paulo, o Paraná também nasceu em São Paulo. Aquele extrato que saiu daqui e foi para outros estados através das bandeiras, da pesquisa do ouro, para Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás Cuiabá. Então há um espalhamento de São Paulo e essa recepção de diversas culturas”.

E o que alguns habitantes de São Paulo pensam sobre a cidade que vivem? O monitor do Museu Histórico da Imigração Japonesa, Paulo Takeda, diz que São Paulo é a cidade que proporciona oportunidades: “A nossa colônia japonesa se desenvolveu a partir da cidade de São Paulo e teve muitas contribuições para a sociedade brasileira. Então acho que São Paulo é uma metrópole que criou oportunidades para várias nações”.

Para a diretora artística do Centro de Tradições Nordestinas, a maranhense Lucélia Pereira, São Paulo é a cidade que acolhe: “São Paulo é uma cidade que acolhe todos. Aonde você vai tem piauiense, tem maranhense, em qualquer lugar que você for sempre tem um nordestino”.

Já o rabino da Congregação Israelita Paulista, Michel Schlesinger, a capital paulista é a cidade ecumênica: “O convívio pacífico que existe nessa cidade entre as diferentes religiões. Tenho amigos de todas as religiões e temos a possiblidade em São Paulo de cada um exercitar a sua fé, as suas crenças respeitando a crença do próximo”.

Apesar dos aspectos positivos, São Paulo tem muitas dificuldades que ainda precisam ser enfrentadas. O jornalista e escritor, Moacir Assunção, lembra que a capital paulista pode ser mais humana: “A gente precisa estabelecer um princípio de convivência pacífica, uma convivência amigável, tornar a cidade mais humana. Certamente a gente não pode plantar árvores em um lugar com tantos prédios, mas pode plantar em volta. A gente pode conseguir estabelecer relações mais próximas entre as pessoas, de forma que os vizinhos se cumprimentem, se vejam se tornem amigos, convivam. Acho que o que falta em São Paulo é essa coisa de conseguir humanizar a cidade”.

Mesmo com visões diferentes, todos concordam que a capital paulista faz jus à frase que está no brasão: non ducor, duco. A frase latina expressa a força de São Paulo: Não sou conduzido, conduzo.

Reportagem: Anderson Costa

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