Sucessor de Teori deve ser pelo menos igual em sabedoria, ciência e discrição, defende ex-presidente do STF

  • Por Jovem Pan
  • 20/01/2017 08h10
Reprodução/Youtube Ex-presidente do STF

“É uma perda irreparável para a nação brasileira. O Brasil não merecia isso. Teori era um grande juiz, tinha todas as características de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Ele vinha conduzindo os inquéritos e ações penais oriundas da Lava Jato com extrema dedicação, extrema competência e extrema habilidade”. O depoimento é do ex-presidente da Corte Carlos Velloso, em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã.

Para o ex-ministro da Suprema Corte, Teori foi um grande juiz e desempenhou bem seu trabalho. “O sucessor a ser indicado há de ser pelo menos igual em sabedoria, ciência, discrição e recato ao sucedido”, disse.

Carlos Velloso defendeu que a nomeação do sucessor, a ser feita pela Presidência da República, cumpra com aquilo que Teori Zavascki era na Corte.

Sobre os inquéritos sob a tutela de Teori, o ex-ministro disse que a ministra Cármen Lúcia saberá designar, mas que os casos importantes poderão ser encaminhados pela própria secretaria da Corte.

Confira a entrevista completa:

Acidente aéreo

O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki morreu no acidente do avião que caiu nesta quinta-feira (19) nas proximidades de Paraty, no Rio de Janeiro. A aeronave partiu do Campo de Marte (SP) e ia para o Rio de Janeiro com quatro passageiros a bordo. A informação da morte do magistrado foi confirmada pelo filho dele pelo Facebook. Antes, o filho de Zavascki havia confirmado a presença do pai no voo e pediu para os amigos para “rezarem” pela sobrevivência do ministro.

Teori, que tinha 68 anos, era o ministro relator das ações da Operação Lava Jato no Supremo. Cabia a ele os próximos e decisivos passos da investigação que envolve alguns dos políticos mais emblemáticos do Brasil e que possuem foro privilegiado e, portanto, só podem ser julgados pela mais alta corte.

O ministro era responsável pela homologação das conhecidas “delações do fim do mundo”, colaborações de 77 executivos da construtora Odebrecht com a Justiça. A expectativa era que o ministro do STF começasse a decidir em fevereiro a oficialização ou não das delações que envolviam diversos políticos importantes dos núcleos do governo de Michel Temer e Dilma Rousseff. Enquanto estava em recesso, a equipe de juízes do ministro analisava o extenso material resultante de uma longa negociação que se estendeu por todo o ano de 2016.

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