SUS deve adotar pílula anti-HIV para pessoas em risco

O Ministério da Saúde projeta incorporar o medicamento Truvada para evitar a infecção por HIV em grupos de risco. O método é chamado de profilaxia pré-exposição (PrEP) e deve ser usado diariamente.
O medicamento combina os antirretrovirais Tenofovir e Emtricitabina e seria destinado a grupos mais vulneráveis à exposição ao vírus.
Quem anunciou a novidade foi Adele Benzaken, diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, na Conferência Internacional de Aids, em Durban, na África do Sul, nesta segunda-feira (18).
Ricardo Diaz, professor da área de infectologia da Escola Paulista de Medicina da Unifesp disse que essa estratégia vem de vários estudos e mostra-se bastante eficaz. “E ela consegue fazer com que a gente cumpra aquilo que tem sido chamado de estratégia biomédica para prevenção da HIV”, explicou.
Há dois anos, a profilaxia pré-exposição é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para pessoas com maior risco de contaminação. Agora, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisa o registro do Truvada para uso na profilaxia, pois ele só é usado atualmente para o tratamento da doença.
Para o professor da Unifesp, é questão de tempo para a implantação do método no País. “Então ele já é uma estratégia dos países desenvolvidos, considerada como apropriada. Todas as evidências mostram que isso é eficaz e dessa forma tem sido aprovada no mundo inteiro”.
O Ministério da Saúde afirmou que um protocolo clínico será encaminhado à Comissão de Incorporação de Tecnologia no SUS (Conitec) até o final desde ano. A expectativa é atender 10 mil pessoas no primeiro ano de incorporação.
Existem dois estudos em andamento de Profilaxia Pré-Exposição no país financiados pelo Ministério da Saúde e realizados pela Faculdade de Medicina da USP e pela Fundação Oswaldo Cruz.
*Informações do repórter Fernando Martins
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