TCU aponta ao menos dois erros que envolvem gestores da Rio 2016
Expectativas, promessas de um legado olímpico. Mas e agora, que os Jogos acabaram, o que fica para depois deles?
A área técnica do Tribunal de Contas da União já elaborou um relatório em que aponta, pelo menos, dois erros envolvendo os gestores dos Jogos Olímpicos: o primeiro deles trata da falta de transparência nas contas que envolvem o evento.
O segundo, de certa forma, não é muito fácil de medir: trata-se daquilo que convencionamos chamar de “legado dos Jogos”, que não teria sido desenvolvido conforme anunciaram tantos gestores públicos.
O ministro Augusto Nardes relatou, porém, que algumas questões foram bem tangíveis. “Quando eu fui à arena, eu vi que há um odor muito forte em um braço da Lagoa que liga ao Parque Olímpico. Fiquei um pouco envergonhado de ver estrangeiros colocando mão no nariz”, contou.
Caberá a Nardes avaliar o relatório dos auditores para decidir seu voto. Depois disso, a decisão deverá ser levada ao plenário da Corte de Contas.
No que depender dos movimentos independentes da sociedade civil fluminense, a questão do legado pode ser sim problematizada e até mensurada.
Professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano da UFRJ, Orlando Santos lembrou, por exemplo, das propostas de urbanização das favelas e de despoluição da Baía de Guanabara que não ficaram prontas.
“Havia um compromisso da Prefeitura do RJ de urbanizar todas as favelas até 2020, e isso faria parte do Plano de Políticas Públicas vinculadas às Olimpíadas. E isso misteriosamente sai em 2015 e o programa é descontinuado”, disse.
Só poderão ser punidos pelo Tribunal de Contas da União aqueles gestores efetivamente ligado à esfera federal ou que receberam dinheiro federal.
Eles podem ter que devolver aos cofres públicos quantias na proporção de desfalques comprovados, ou, receber uma multa, cujo valor pode chegar a R$ 50 mil.
*Informações da repórter Helen Braun
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