Temas como embargo e direitos humanos dificultam negociações entre EUA e Cuba

Na primeira viagem de um presidente americano a Cuba em mais de 80 anos, Barack Obama e Raúl Castro expõem as permanentes divergências entre os dois países. Um dia após o histórico desembarque do Air Force One em Havana, os dois líderes conversaram a portas fechadas visando melhorar a relação.
Ambos comemoram a reaproximação, mas cobram mudanças. Castro quer o fim do embargo e Obama o fim das violações dos direitos humanos. O presidente americano fez uma promessa: “O embargo vai acabar”. O presidente disse que não sabe quando, mas afirmou que dois fatores irão influenciar na mudança: o primeiro é o progresso das negociações e o segundo pré-requisito é o combate às violações dos direitos humanos em Cuba.
A limitação econômica imposta pelo governo americano no auge da Guerra Fria ainda é a principal demanda do regime castrista. Raúl saudou a postura de Barack Obama, mas afirmou que elas não são suficientes se o embargo não for levantado.
Segundo os dois líderes, o tema dos direitos humanos foi amplamente discutido no encontro. Mas, ao ser questionado sobre presos políticos, Raúl Castro se irritou: “Me dê uma lista desses prisioneiros! Pegue os nomes. Se, no fim do dia, você achar presos políticos em Cuba, eu os solto ainda hoje”.
Se o fim das violações aos direitos humanos parece algo distante na ilha socialista, o fim do embargo pode sair do papel ainda neste ano. Obama disse que o Congresso americano tem um crescente interesse na medida, mas a disputa eleitoral à Casa Branca torna tudo mais difícil.
Reportagem: Victor La Regina
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