Temer devolverá status de Ministério à Cultura nesta segunda-feira (23)
Michel Temer, presidente em exercício, vai recriar o Ministério da Cultura nesta segunda-feira (23). É o que afirma o apresentador do programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, Reinaldo Azevedo, com exclusividade, em seu blog no site da revista Veja.
Segundo a postagem, devolver à Cultura o status de ministério atende não apenas apelo dos artistas, pois parte considerável da classe política também não viu a medida com bons olhos.
Até esta sexta-feira (20), 21 capitais registravam ocupações e manifestações em prédios públicos ligados ao Ministério da Cultura.
No Rio de Janeiro, inclusive, músicos participaram de um ato cultural no Palácio Gustavo Capanema, sede da Fundação Nacional das Artes.
Caetano Veloso é um dos artistas que se opõe à decisão e manifestou sua opinião no ato cultural, dizendo que o Ministério da Cultura é do Estado brasileiro e de nenhum governo.
O secretário de Cultura do Rio de Janeiro, Marcelo Calero, foi escolhido como secretário de Cultura no novo Ministério da Educação e Cultura.
Advogado e diplomata, Calero tem 33 anos e foi presidente do Comitê Rio450, que concentrou as comemorações dos 450 anos da cidade do Rio, em 2015. Nos últimos dias, ele chegou a participar de um encontro da área da cultura em que se pedia a permanência do MinC como ministério independente.
Neste sábado (21), o ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho (DEM-PE) confirmou que o presidente interino Michel Temer decidiu recriar o Ministério da Cultura. Marcelo Calero, noemado secretário nacional será o novo ministro da pasta.
A decisão de recriar o Minc é um gesto do presidente Temer no sentido de serenar os ânimos e focar no objetivo maior: a cultura brasileira.
— Mendonça Filho (@mendoncafilho) May 21, 2016
O presidente Temer confirmou o diplomata Marcelo Calero como o novo ministro da Cultura.
— Mendonça Filho (@mendoncafilho) May 21, 2016
Opinião da presidente afastada
A presidente afastada Dilma Rousseff usou as redes sociais para defender o seu mandato e criticar o governo do presidente em exercício Michel Temer. Nesta quinta-feira, 19, o tema escolhido foi Cultura, justamente após as reações contrárias de artistas pela decisão de Temer em fazer uma fusão com o Ministério da Educação.
Dilma afirmou que a extinção do MinC é uma tentativa de voltar ao passado autoritário e ironizou Temer ao dizer que a recusa de mulheres em assumir o cargo de secretaria executiva da Cultura mostra que elas não querem ser “fetiche decorativo”.
A petista destacou que a criação do MinC foi uma das primeiras medidas depois da conquista das eleições diretas para a Presidência da República e criticou a fusão. “Isso não foi uma coincidência. O fim da ditadura foi um período que permitiu ao País voltar a sonhar com mais liberdades”, escreveu Dilma. “Isso não é apenas simbólico, mas deve refletir a prioridade que se atribui à cultura para o exercício da cidadania em nosso País”, afirmou.
*Informações do comentarista Jovem Pan, Reinaldo Azevedo, e do repórter Fernando Martins
**Matéria atualizada às 14:30 para acréscimo de informações do ministro Mendonça Filho
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