Temer se pronuncia contra intromissão entre poderes, mas rixa contra o Judiciário permanece
Michel Temer e Edson Fachin
ABR - Michel Temer e Edson FachinO presidente Michel Temer tem feito críticas ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) por ações que, segundo ele, interferem no funcionamento do Congresso e do Governo. E, agora, ele grava pronunciamento, dizendo que não permite e não permitirá intromissão entre poderes.
É uma garantia que o presidente passou os últimos dias dando a aliados e a ministros do Supremo sobre a denúncia da Veja, de que a Abin teria bisbilhotado a vida do ministro do STF e relator da Lava Jato, Edson Fachin. Temer fez questão de ligar para a ministra Cármen Lúcia e dizer que não houve a investigação.
A decisão do PSDB, de continuar no governo com ministros e cargos, fortalece Michel Temer. E, no Congresso, a ação pesada tenta chegar a Edson Fachin, primeiro através da CPI da JBS, que já foi criada e será instalada ainda esta semana.
Ao mesmo tempo, 30 deputados decidiram convocar Fachin, o que, com certeza, vai provocar muita disputa jurídica e política. Eles querem saber das relações de Fachin com executivos da JBS.
Ação penal
O ministro Edson Fachin reafirma que tem pressa no encaminhamento do inquérito aberto contra Michel Temer. As ações estão interligadas, e, para o ministro, a existência de presos no processo justifica a agilidade.
Em vez dos dez dias de prazo pedidos pela Polícia Federal para concluir o inquérito contra Michel Temer, que o investiga por corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa, Fachin concedeu mais cinco dias com a indicação de que não aceita mais prorrogação.
O prazo foi encerrado nesta segunda, e a PF quer esperar a conclusão da perícia nas gravações dos delatores da JBS. A defesa de Temer considera que houve edições e, com este argumento, não respondeu a nenhuma das 82 perguntas enviadas ao Palácio.
Com informações do repórter Jovem Pan em Brasília José Maria Trindade. Ouça AQUI.
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