“Temos passado os últimos anos evitando enfrentar o problema de frente”, diz ex-diretor do Banco Central
Schwartsman foi Diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central de 2003 a 2006. Depois
Alexandre SchwartsmanA decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de subir a taxa básica de juros para 12,75% ao ano gerou críticas, no entanto, para o ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, a medida é necessária. “Deixamos acumular muito erro. Temos passado os últimos anos evitando enfrentar o problema de frente, agora estamos pagando a conta”, e destacou que se as ações não fossem tomadas agora “ia colocar o problema de 2015 para 2016 em uma escala ampliada”.
Para o economista, a crise econômica já era esperada, mas as consequências ressoaram muito mais fortes. “2015 sempre deu a cara de ser um ano muito difícil, mas está sendo muito pior do que a gente imaginava”, e completou, “além de todas as dificuldades que a gente está tendo no campo econômico – recessão, inflação alta, dólar subindo bastante –ainda tem uma crise política para apimentar um pouco”.
Dólar
Nesta quarta-feira (04), a moeda americana registrou o maior valor desde 2001 ao ultrapassar R$3,00. A cotação pode desagradar quem precisa importar ou quem pretende viajar, mas Schwartsman destaca que é essencial para recuperar lugar no mercado internacional principalmente na área industrial. “Por mais que nos machuque, é importante para recuperar a competitividade das exportações brasileiras”, afirmou.
O ex-diretor do Banco Central também afirmou que espera que o governo não tome medidas no sentido de conter a moeda norte-americana. “Se eles tiverem um plano espero que guardem no fundo da gaveta”, afirmou ao ressaltar que o encarecimento do dólar é parte da solução da atual crise da economia brasileira.
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