Temos que reformar o telhado com chuva, diz ex-diretor do BC
Mesmo reconhecendo que “politicamente é complicado”, o ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Alexandre Schwartsman, avalia que apenas a reforma da Previdência, proposta pelo governo Temer, não é suficiente para “ajeitar a casa” no Brasil. Ele cita também as reformas trabalhista e tributária como exemplos de que “tem muita coisa para reformar no Brasil”.
Questionado se a população aceitará tais mudanças amargas em meio a um quadro de desemprego e recessão, Schwartsman faz uma analogia: “Quando a gente deveria reformar o telhado da casa? Quando está fazendo sol”, diz. “Todas essas reformas já eram absolutamente necessárias quando o país estava bem”, afirma, lembrando o início da década. Agora, seria inevitável “reformar o telhado com chuva”. “Nós que nos colocamos debaixo dessa situação. Não foi nenhum credor maligno”, entende o ex-diretor.
Ele avalia, no entanto, que caso a reforma da Previdência não passe pelo Legislativo, fatores como o dólar e o Risco Brasil, “voltam a piorar rapidinho”. “Vai ser uma batalha morro acima por muito tempo para colocar esse País em ordem”, afirma Schwartsman em entrevista à Jovem Pan.
“Precisa de reforma e o lugar de reforma é o Congresso. Ainda bem”, comemora o especialista. Para ele, isso “reflete de alguma forma o desejo da sociedade, e não somente de uma pessoa”.
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