Terror no Rio – Episódio 2: Governo quer ajuda da população para evitar terrorismo
Contar com a ajuda da população do Rio de Janeiro para evitar ataques terroristas é uma das estratégias do governo. Mas a ideia de mobilizar a população tem de ser feita com cuidado pelas autoridades.
No segundo episódio da reportagem “Terror no Rio”, o repórter Victor LaRegina explica como se dá esse dilema. Confira a reportagem abaixo:
Um cartaz foi o suficiente para tornar uma solicitação da Abin em chacota na internet. A campanha da Agência Brasileira de Inteligência que visa sensibilizar a população foi bastante criticada.
A peça publicitária pedia para que pessoas suspeitas fossem denunciadas, usando como exemplo quem usa casaco com capuz referindo-se a quem usa roupas que destoam das circunstâncias e do clima.
Memes à parte, o especialista em segurança internacional Gunther Rudzit não poupa críticas à campanha da Abin. “Usar boné, um moletom com gorro, isso é estereotipar uma boa parte da juventude. Os principais manuais contra terrorismo colocam que não é para tentar identificar biotipo da pessoas, mas sim a atitude”, diz.
Procurar por pessoas suspeitas em vez de atitudes suspeitas pode criar um estado policial no Rio de Janeiro em meio aos jogos.
Estudioso do assunto, o tenente coronel da Polícia Militar de São Paulo Eduardo Fernandes mantém as críticas, mas destaca a importância da população nesse trabalho.
“Não existem indivíduos suspeitos, existem atitudes suspeitas. Mas é de suma importância a participação da população para que, de uma certa forma, possa se estabelecer link com as forças de segurança”, destaca.
O governo ressalta que a campanha não quis criar alarde nem gerar preconceito na cidade.
O general Luiz Felipe Linhares, da assessoria de grandes do Ministério da Defesa, nega que o governo esteja procurando por estereótipos. “Eu peço que colaborem. Não é estereótipo que estamos procrando, mas a pessoa na qualidade de avaliadora que quando vir, ligue pro 190”.
A menos de 20 dias da Olimpíada, as autoridades não escondem a preocupação com o terror.
O ministro da defesa, Raul Jungmann também pede paciência à população com o forte esquema de segurança que será instalado no Rio de Janeiro. “O esquema de revista, a questão da checagem, da identificação. Ela vai ser mais rigorosa do que já era, mas é o que temos que fazer para assegurar a integral segurança dos que vêm participar ou acompanhar os Jogos Olímpicos”
A ideia do governo é de que a experiência adquirida desde 2007, com os jogos pan-americanos, passando pela Jornada Mundial da Juventude, em 2013, e a Copa de 2014 ajudará o país.
As ameaças terroristas e os mais diversos tipos de atacar aumentaram nesse período. Ainda assim, a promessa é de uma Olimpíada bem sucedida e principalmente segura.
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