Teste de bomba H da Coreia do Norte teve a mesma intensidade de uma bomba convencional, diz especialista

  • Por Jovem Pan
  • 07/01/2016 09h42
EFE Kim Jong-un no aniversário 65 anos Coréia do Norte

 Conselho de Segurança da ONU estuda sanções contra a Coreia do Norte após supostos testes nucleares com a bomba de hidrogênio. Os norte-coreanos anunciaram na quarta-feira (06/01) terem feito com sucesso pela primeira vez os ensaios com o artefato conhecido como bomba H. Os testes foram condenados pela comunidade internacional e até mesmo por antigos aliados como a Rússia e a própria China.

O professor de Relações Internacionais das Faculdades Rio Branco, Alexandre Uehara, diz a Anderson Costa que grandes potências subestimam a Coreia: “A comunidade internacional tem dado tempo para que a Coreia do Norte desenvolva, independentemente da velocidade, condições de produzir artefatos nucelares. Ela vem desenvolvendo e, cada vez mais, vem se capacitando a ser um país que pode ameaçar os países vizinhos e a comunidade internacional”.

O professor de Relações Internacionais da ESPM lembra que a Coreia do Norte já sofreu outras sanções da ONU por testes anteriores. Heni Ozi Cukier destaca que a postura da China será determinante desta vez para a adoção de medidas mais enérgicas contra os norte-coreanos: “A pergunta é se a China estaria disposta a colocar as sanções. A percepção chinesa é de que uma Coreia muito fraca, se ela for esmagada, penalizada severamente, ela pode enfraquecer a ponto do regime cair”.

Especialistas em energia nuclear e a própria Casa Branca contestam que os testes feitos pela Coreia do Norte tenham sido da chamada bomba H. Para o diretor do Instituto de Física da USP, Marcos Nogueira Martins, o efeito sentido na região demonstra que se tratava de um artefato comum: “O teste anterior, que foi com uma bomba convencional, teve a mesma intensidade de vibração, por isso estão até duvidando que tenha sido uma bomba de hidrogênio, que é muito mais potente que a bomba nucelar convencional”.

Os testes nucleares norte-coreanos provocaram um tremor de magnitude 5,1 de acordo com serviços sismológicos internacionais. O Itamaraty também divulgou nota demonstrando preocupação e condenando veementemente a realização do ensaio.

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