Testemunhas de Palocci negam que ex-ministro tenha favorecido empresas
O juiz federal Sérgio Moro ouviu nesta quarta-feira (29) as quatro últimas testemunhas de defesa do ex-ministro Antonio Palocci.
Os deputados federais Arlindo Chinaglia e Paulo Pimenta e o senador Lindberg Farias, todos do PT, além do empresário Jorge Gerdau prestaram depoimentos.
Em geral, todos negaram que Palocci tenha realizado qualquer tipo de intervenção para favorecer empresas privadas.
Arlindo Chinaglia elogiou a conduta do ex-ministro e ressaltou ter uma opinião “altamente positiva” em relação a ele. “É uma pessoa calma, tem grande capacidade analítica. Minha opinião é altamente positiva quanto a ele”, disse.
Chinaglia afirmou que nunca soube de qualquer ação de Palocci em favor de alguma companhia.
O deputado Paulo Pimenta também elogiou o ex-ministro: “sempre considerei ele alguém extremamente correto, competente”.
Pimenta reafirmou que Palocci nunca tentou beneficiar a construtora Odebrecht ou qualquer outra companhia.
Já o senador Lindbergh Farias destacou que não concordava com a política econômica do Governo Lula, mas que sempre respeitou o ex-ministro: “fui até um crítico da política econômica naquele período, mas era o ministro com maior respeito da sociedade naquele momento. Era o ministro mais forte do Governo Lula”.
O senador declarou ainda que Antonio Palocci nunca pediu emendas parlamentares para beneficiar empresas.
Os elogios também foram repetidos pelo empresário Jorge Gerdau. “Eu tive uma impressão muito positiva. O empresariado teve condições de diálogo bastante construtivas com ele”, lembrou.
Jorge Gerdau acrescentou que o ex-ministro nunca demonstrou “radicalismos” e, por isso, era bem avaliado pelo empresariado.
O processo contra Palocci avançou. O juiz Sérgio Moro vai dar início na sexta-feira (31) aos interrogatórios com todos os 15 réus. A audiência com Palocci está marcada para o dia 18 de abril.
Ele é acusado de receber R$ 128 milhões em propina, para atender a interesses do grupo Odebrecht no Governo federal.
O ex-ministro foi preso em setembro do ano passado, na 35ª fase da Lava Jato e responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
*Informações do repórter Vitor Brown
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