TJ-SP mantém autorização de uso de bala de borracha por PMs em manifestações
Uma nova decisão da Justiça autoriza a Polícia Militar de São Paulo a continuar a usar balas de borracha e bombas de efeito moral em protestos.
Por unanimidade, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça negou o Agravo de Instrumento da Defensoria Pública do Estado contra a liminar que permitia o uso dos equipamentos.
Na prática, portanto, nada muda. E não cabe recurso à decisão nesta instância.
Durante a sessão, o presidente do TJ, desembargador Paulo Dimas Macaretti, defendeu que o entendimento de primeiro grau coloca em risco a vida de policiais e manifestantes. “Porque haveria embaraços a regular a atividade policial no desempenho de sua missão. Ainda que a decisão questionada preveja a possibilidade de utilização de bala de borracha e gás lacrimogêneo em situações excepcionalíssimas, quando o protesto perca seu caráter pacífico, é certo que a situação pode gerar dúvida na atuação policial”, disse.
Segundo o defensor público Rafael Lessa, a PM não pode usar a munição de borracha como regra para dispersar multidões, especialmente em lugares fechados. “A Polícia tem seus instrumentos, inclusive as bombas de efeito moral. É desnecessário o uso de bala de borracha contra multidões de pessoas”, defendeu.
Como a sentença na primeira instância foi favorável – e apenas os efeitos da decisão estão suspensos – ainda cabe recurso do próprio Estado no Tribunal de Justiça via apelação.
A Defensoria Pública afirma que acompanhará o andamento do caso.
*Informações da repórter Carolina Ercolin
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