14 pessoas ligadas à política foram mortas no RJ nas eleições; TSE pede ação da PF

  • Por Jovem Pan
  • 29/09/2016 08h17
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Brasília - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, participa do lançamento do Siele - Sistema de Informações Eleitorais (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil Gilmar Mendes - AGBR

Tribunal Superior Eleitoral vê com preocupação ação de milícias nas eleições no Rio de Janeiro após a morte de candidatos no Estado.

Além dos assassinatos, os grupos criminosos têm cobrado taxas de quem pretende fazer campanha em áreas dominadas. Reportagem do jornal O Globo apontou que existe uma tabela feita pelos milicianos que varia entre R$ 50 mil e R$ 120 mil.

As milícias dominam principalmente a Zona Oeste do Rio de Janeiro e cidades da Baixada Fluminense como Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Seropédica.

Quem decide ir contra os milicianos precisa reforçar a segurança por sofrer todo o tipo de ameaça desses grupos.

O candidato do PMB à prefeitura de Seropédica, Miguel Angelo de Souza, foi ameaçado de morte e precisou mandar a família para fora do País: “fui ameaçado de morte na testemunha de várias pessoas. Uma pessoa que me defendia politicamente tomou cinco tiros em uma praça, em um domingo, no meio de várias pessoas”.

Pelo menos 14 pessoas ligadas à política foram assassinadas no Rio de Janeiro durante o período eleitoral e antes da campanha.

O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, disse ao repórter Anderson Costa que a ação das milícias e a violência no Estado preocupa: “temos traduzido essa preocupação tanto a autoridades federais como locais. Já pedimos que a Polícia Federal faça o acompanhamento dessa situação, tal como prevê a lei”.

Gilmar Mendes ressaltou que, além do reforço da Polícia Federal, a Força Nacional de Segurança vai permanecer no Estado durante o período eleitoral.

O presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB do Rio, Breno Melaragno, afirmou que a ação das milícias nesta eleição é a maior já vista: “nada ocorreu neste nível até estas eleições. Do momento que um grupo miliciano ocupa e domina o bairro, ele vai fazer isso, inclusive no período eleitoral, só permitindo que candidatos aliados façam campanha”.

A Polícia segue investigando a morte do candidato a vereador, Marcos Falcon, assassinado na segunda-feira (26) no comitê de campanha, em Madureira.

O delegado responsável pelo inquérito, Fábio Cardoso, explicou como está sendo apurado esse caso: “analisando bem o perfil de relacionamento, de postura e de contato da vítima, analisando isso, para que possamos aprofundar todas as linhas e confirmar e identificar a autoria desse covarde crime violento”.

Entre as causas do crime, a Divisão de Homicídios apura se a morte de Falcon ocorreu por ele ter invadido uma área controlada por uma milícia.

Em Cuiabá, capital de Mato Grosso, o pai de um candidato a vereador morreu baleado em ato político nesta quarta-feira (28).

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