União deverá ressarcir transexual que teve ficha de alistamento divulgada
Transexual vai receber R$ 60 mil da União por conta de danos morais, após determinação da Justiça. A estudante Marianna Lively teve fotos e dados pessoais divulgados na internet por militares após ter comparecido ao alistamento obrigatório.
Ela foi fotografada na Junta de alistamento em Osasco, na Grande São Paulo, em setembro de 2015.
A jovem conta que, logo quando saiu do batalhão, começou a receber telefonemas de pessoas desconhecidas. Algumas xingavam e falavam ofensas, e outras até solicitaram programas sexuais.
Marianna descobriu que além de fotos, o Certificado de Alistamento dela e dados, como o telefone e o endereço, estavam circulando pelas redes sociais.
Na época, Marianna relatou que foi a base militar esclarecer o ocorrido com o capitão. De acordo com a jovem, ele pediu desculpas pelo transtorno e disse que quem havia feito o ato de infantilidade seria punido.
Mas o capitão também pediu que ela deixasse as coisas se acalmarem e que, simplesmente, trocasse de telefone.
A conclusão é de que o vazamento foi de alguém do Exército, por causa do ângulo das fotos e porque civis presentes não podiam usar telefone no local.
O Exército atribuiu a prática a dois militares e afirmou que as condutas já estão sendo investigadas em inquérito.
Na decisão, a juíza Letícia Banks ressaltou a violação à dignidade da autora devido às ofensas pessoais e humilhações que ela sofreu.
A magistrada ainda destacou que a estudante ficou sujeita a atos de grupos preconceituosos e extremistas.
*Informações da repórter Marcella Lourenzetto
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