“A única forma efetiva é combater o vetor”, diz secretário da saúde sobre zika vírus

  • Por Jovem Pan
  • 30/11/2015 09h50
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Arquivo Wikipédia Aedes aegypti

 Com a confirmação pelo Ministério da Saúde da relação entre o zika vírus e os casos de microcefalia, os estados de Pernambuco e Recife decretaram estado de emergência.

Ocorrências já começam a aparecer na região sudeste e o Secretário de Saúde de São Paulo, David Uip, afirma estar muito preocupado. Ele diz que apesar do zika vírus ser conhecido pela ciência, suas manifestações estão ocorrendo de forma inusitada, e faltam relatos na literatura da complexidade da atuação do vírus, não só em mulheres mas também em homens.

Uma dessas complicações é a polirradiculoneurite, um processo neuromuscular, onde a pessoa perde força muscular de baixo para cima, começando pelos pés até chegar aos pulmões, fase onde pode ocorrer a falência respiratória e em que o paciente precisa ser encaminhado para a UTI.

Sobre a relação do zika vírus e os casos de más-formações genéticas, sendo uma delas a microcefalia, o secretário alerta: “A infecção é mais grave no primeiro trimestre da gravidez. O grande problema é que a única forma efetiva, nesse momento, é atacar o vetor, que é o mesmo que transmite a dengue e a chikungunya”.

A maior dificuldade para David Uip é que além de preparar ações públicas de combate, é necessário o envolvimento da população. Ele afirma: “80% dos criadouros do mosquito estão em ambientes familiares”. O secretario afirma que exames já estão sendo realizados para antecipar a descoberta de anticorpos do zika vírus, além de serem realizadas ações conjuntas com o Ministério da Saúde como a elaboração de propaganda massiva e treinamento de funcionários que trabalham na área da saúde.

Ao ser questionado sobre o que poderia ser feito antes para prevenir a entrada do vírus no país, ao invés de ter que combatê-lo quando ele já está estabelecido, David Uip afirma: “A má notícia é que isso não se limita a países pobres. Temos 70 países em nível endêmico do vírus da dengue. Paris tem e o sul dos Estados Unidos também tem. É claro que o poder público deve fazer mais e melhor, mas quando trabalha com vetores não é tão simples, envolve macroecologia, microecologia, devastamento, a falta de ações de saúde pública. É uma conversa complexa e todos devem estar envolvidos”.

Confira a entrevista completa no Jornal da Manhã.

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