Vazamento de gravações podem atrapalhar tramitação de projetos de Temer
Após escândalo de vazamento de áudios, especialistas acreditam que governo pode ter dificuldades para aprovar projetos importantes. A equipe do presidente interino Michel Temer quer apresentar nos próximos meses propostas de reforma da Previdência e a trabalhista, por exemplo.
Nesta quinta-feira (26), novas escutas envolvendo o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, Renan Calheiros e José Sarney foram divulgadas. Nos áudios, políticos do PMDB negociam ações para impedir o prosseguimento da operação Lava Jato. Tanto o presidente do Senado quanto o ex-presidente da República negam que tenham tentado interferir nas investigações.
O professor de Ética e Filosofia Política da Unicamp, Roberto Romano, diz que os áudios podem reduzir o apoio ao governo Temer: “Com essa massa de pequenos partidos, com esses políticos que estão abaixo da mediocridade, e que querem forçar e chantagear sempre o governo, vai ser muito difícil para o Michel Temer tratar com esse problemas, em termos de aprovação de planos ou mesmo leis de emergência no Congresso Nacional”. Romano acredita que foi um erro do governo levar para o ministério investigados pela Operação Lava Jato.
O presidente da OAB São Paulo, Marcos da Costa, afirma a Anderson Costa que é preciso avaliar em que contexto as gravações foram realizadas: “Se esse cidadão promove a conversa para comprovar algo que tinha sido objeto de uma denúncia, de uma infração, é uma coisa. Agora se ela se deu como instrumento de pressão daqueles promotores que negociaram delação e disseram ‘converse e procure extrair tais posições’, isso também pode ser objeto de questionamento”.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, ressalta que sempre recebe aqueles que o procuram, mas nega tentativa de interferir na Lava Jato. O ex-presidente José Sarney afirmou que é amigo de Sérgio Machado há muitos anos e lamentou que conversas privadas tornem-se públicas.
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