Vendas do comércio registram pior resultado em 12 anos
As vendas do comércio brasileiro recuaram 7,8% em novembro em relação a 2014, pior resultado em 12 anos. Já em relação a outubro, o varejo mostrou a segunda alta seguida, de 1,5%, após resultados negativos durante 2015. O ano passado acumulou baixa de 4%, segundo dados divulgados na quarta-feira (13/01) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
A gerente de Serviços e Comércio do IBGE, Isabella Nunes, explica quais foram os segmentos que mais geraram impacto no índice: “Todas as atividades mostraram recuo no volume de vendas em comparação a novembro do ano passado, mas o impacto maior vem do setor de alimentos e bebidas, com queda de 5,7%. É a décima faixa negativa consecutiva nesse agrupamento, que vem sofrendo com a redução da renda real”.
Já o economista chefe da Associação Comercial de São Paulo acredita que haverá agravamento do desemprego no País. Em entrevista a Denise Campos de Toledo, Marcel Solimeo aposta em queda de 8% nas vendas do varejo ao final de 2016: “Se para o varejo a situação já está difícil, com a expectativa do aumento de juros, ela se torna ainda pior. Com o agravamento do desemprego as vendas tendem a desacelerar ainda mais. Eu acho que no ano contra ano, nós vamos fechar com uma queda de 8% mais ou menos”.
Para o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas, a inflação deve começar a cair a partir de março, mas ele avalia que o primeiro semestre ainda continuará ruim para o varejo: “Esse ano a gente vai ter datas âncoras como Páscoa e Dia das Mães bastante fracas. Mas se tudo der certo, o dólar parar de subir, se os juros não subirem mais, temos pela frente algum alívio no comércio”.
O único setor que mostrou alta foi o de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos. Apenas o comércio de Roraima mostrou aumento nas vendas, de 4%. Os demais estados venderam menos em novembro.
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