Venezuela deve assumir presidência rotativa do Mercosul nesta terça
Mercosul tem reunião chave, nesta segunda-feira (11), para definir se a Venezuela assumirá, de fato, a presidência rotativa do bloco.
O regime chavista deve liderar o grupo seguindo um rodízio determinado pelos países, porém Brasil, Argentina e Paraguai são contra a passagem de mandato. Os três governos alegam que Caracas não cumpriu as normas de adesão ao bloco e viola as cartas democráticas da região.
O Governo brasileiro já avisou que não vai comparecer na cerimônia de posse da Venezuela, que está prevista para acontecer na terça-feira (12).
Na última semana, a Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou uma moção de repúdio à possibilidade.
Em entrevista ao repórter Anderson Costa, o senador do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira, teme que a presidência de Caracas possa enfraquecer o Mercosul. “Eu acho que seria uma desmoralização do Mercosul, o enfraquecimento do Mercosul no cenário internacional com essa presidência absolutamente inconveniente da Venezuela”, afirmou.
O Brasil pede o adiamento da posse, enquanto o presidente da Argentina diz que poderia presidir o bloco nos próximos seis meses.
O coordenador-adjunto do grupo de Análise de Conjuntura Internacional da USP, Alberto Pfeifer, vê um conflito de ideias muito grande no continente: “nesse momento é uma crivagem política-institucional que a gente tem no Mercosul. É muito arriscado assumir a presidência”.
Apesar de não considerar a presidência rotativa importante, o professor
Alberto Pfeifer avaliou que a Venezuela teria dificuldades para assumir esse posto.
Falando ao repórter Victor LaRegina, o coordenador de Relações Internacionais da FMU, Manoel Furriela, afirmou que a crise de identidade do Mercosul é séria. “Realmente há uma crise de identidade e o caso da Venezuela acentua ainda mais essa problemática. O Brasil precisa tomar decisões difíceis que podem colocar em risco, inclusive,a continuação do Mercosul no seu formato atual”, disse.
Furriela destacou ainda que a presença da Venezuela no grupo afeta seriamente as negociações com outros blocos, como a União Europeia. O único país que tem apoiado a passagem do posto para Caracas é o Uruguai, que atualmente preside o Mercosul.
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