Violência cresce em SP e secretário diz que pasta traça estratégias de combate

  • Por Tiago Muniz/Jovem Pan
  • 27/10/2016 08h02
São Paulo- SP- Brasil- 16/05/2016- O governador Geraldo Alckmin anunciou nesta segunda-feira (16) a escolha do procurador de Justiça Mágino Alves Barbosa Filho para ser o novo secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Ele substituirá Alexandre de Moraes, que assumiu o ministério de Justiça e Cidadania. "O Dr. Mágino tem grande experiência na área criminal. Ele dará continuidade ao trabalho desenvolvido pelo dr. Alexandre em benefício do nosso Estado", declarou o governador. Foto: GESP GESP Mágino Alves Barbosa Filho - DIV

A Jovem Pan volta a tratar da insegurança que atinge os moradores da capital paulista. Os números espelham um panorama que é percebido nas ruas e a reportagem visitou alguns bairros onde os crimes estão em evidência.

Um indicador financeiro demonstra como é perigoso ter um carro em São Mateus. Um levantamento feito por uma corretora no ano passado apontou que é 84% mais caro contratar um seguro no bairro da Zona Leste de São Paulo do que no Bom Retiro.

A reportagem deu uma volta pelos arredores da avenida Mateo Bei e não teve muita dificuldade para encontrar relatos de quem teve o carro roubado.

No começo do ano, o funileiro aposentado Antônio de Souza Cunha Filho saía de casa com a filha às sete da manhã, quando foi abordado na porta de casa.

São Mateus é o distrito com o maior número de casos de roubo de veículos na cidade, com uma taxa de crescimento que supera e muito a média na capital paulista.

No total de São Paulo, as ocorrências do tipo subiram pouco mais de 1% de janeiro a setembro na comparação com o mesmo período do ano passado.

Só em São Mateus o crescimento foi de 17% – , com o registro de 1.480 casos.

Sem se identificar, um segurança que mora na região diz que, quando não dá para levar o carro inteiro, os bandidos furtam o que dá.

Os três DPs que concentram o maior número de roubo de carros estão em regiões próximas ao limite da capital com municípios da região metropolitana: São Mateus, Jabaquara e Parque São Rafael.

O coronel da reserva da PM Glauco Silva de Carvalho afirma que esse tipo de crime se fortalece pela existência dos desmanches.

Já no centro da capital, é outra modalidade de crime contra o patrimônio que assusta. Os alvos não são os veículos, mas as pessoas mesmo.

O relojoeiro Josemar de Almeida e Silva conta que já foi vítima de roubos várias vezes, uma delas com os bandidos atuando com bastante violência.

O terceiro distrito policial de São Paulo, nos Campos Elíseos, concentra o maior número de roubos em toda a cidade.

De janeiro a setembro deste ano foram registrados 3.145 casos, um aumento de 4% na comparação com o mesmo período do ano passsado.

Nessa área fica a rua Santa Ifigênia, famosa pelo comércio de eletrônicos. Por lá, o vendedor de uma das lojas da região, Gabriel Araújo, revela que o alvo preferido é o celular.

A Secretaria Estadual da Segurança Pública de São Paulo se defende, dizendo que mesmo com o aumento de casos, o número de prisões também aumentou.

O titular da pasta, Mágino Alves Barbosa Filho, afirma que as polícias estão acompanhando o movimento da criminalidade, traçando estratégias de combate.

Em meio a tantos crimes, São Paulo tem sofrido com a falta de pessoal num setor que faz toda a diferença para que eles sejam esclarecidos e efetivamente punidos.

O presidente do Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo, Polícia Civil, George Melão, estima que há um déficit muito grande nos quadros da polícia civil.

O secretário Mágino Alves Barbosa Filho reconhece o quadro complicado e atribui a falta de contratações à falta de dinheiro do orçamento do Estado.

O integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Rafael Alcadipani, aponta que o crescimento dos crimes contra o patrimônio é um reflexo da crise.

Existe pelo menos um tipo de crime que nos últimos anos tem registrado quedas na capital paulista: o homicídio. Só que, por mais que os casos tenham diminuído, as ocorrências ainda têm se concentrado numa região específica da cidade: a zona sul.

No Jardim Mirna, na região do Grajaú, a situação é ainda pior: lá os chamados crimes contra a vida cresceram.

Foram 23 casos de janeiro a setembro deste ano, contra 19 no mesmo período do ano passado.

O comerciante Alexandre Israel de Souza conta que, em junho deste ano, uma briga entre duas pessoas em frente à loja dele terminou com um dos envolvidos morto esfaqueado.

Além do Jardim Mirna, os distritos de Parelheiros e Capão Redondo concentram a maior parte dos homicídios dolosos em São Paulo, todos na Zona Sul.

Confira a reportagem de Tiago Muniz:

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