Vítimas de chacina durante festa de réveillon são veladas em Campinas

  • Por Jovem Pan
  • 02/01/2017 05h58
SP - CONFRATERNIZAÇÃO DE FAMÍLIA/CHACINA - GERAL - Doze pessoas são assassinadas durante uma confraternização de família, na Rua Pompílio Morandi, na Vila Prost de Souza em Campinas (SP), na virada do ano. Segundo a Polícia Militar, um homem matou a ex-esposa, o filho de 8 anos e familiares durante a festa de réveillon na casa da família, pouco antes da meia-noite. Em seguida, o atirador se matou. O caso foi registrado no 4º DP de Campinas. 01/01/2017 - Foto: EDISON TEMOTEO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Edison Temoteo/Estadão Conteúdo chacina

Corpos de vítimas de chacina em festa de réveillon são velados em cerimônia coletiva em Campinas, no Interior de São Paulo. Os corpos de Isamara Filier, de 41 anos, do filho dela, João Victor Filier de Araújo, de 8, e outros dez membros da família, todos vítimas fatais da chacina ocorrida na noite de sábado, estão sendo velados em uma única sala do cemitério municipal da Saudade desde o início da noite deste domingo (01).

O sepultamento de todos, com intervalos de 15 minutos, está previsto para às 9 horas da manhã desta segunda-feira (02). Já o velório de Sidnei Ramis de Araújo, de 46 anos, ex-marido de Isamara e pai de João Victor, que se matou após cometer o crime, está sendo realizado em Jaguariúna, município vizinho a Campinas.

O crime ocorreu pouco antes da meia-noite de sábado, na residência da família, na Rua Pompílio Morandi, na Vila Prost de Souza. Araújo, que era técnico em laboratório do CNPEM, Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, que reúne alguns dos principais laboratórios de estudos e inovação do Governo federal, pulou o muro e passou a disparar tiros de pistola contra todos que se ali estavam à espera da virada do ano.

O último a ser morto foi o filho dele, que estava dormindo em outro cômodo. Em seguida, Sidnei se matou, atirando contra a própria cabeça. Além da criança, nove mulheres e dois homens foram mortos; outras três pessoas ficaram feridas e permanecem internadas.

Em poder do atirador, a polícia encontrou a pistola calibre 9 mm, com dois carregadores e numeração raspada, além de munições, um canivete e dez bombas caseiras, que foram recolhidas por uma equipe do GATE.

No carro dele foram recolhidos celular, com a senha anotada na frente, e um gravador de voz, contendo um áudio em que Araújo pede desculpas por algo que iria acontecer, sem esclarecer o que seria, além de proferir frases indignadas contra a ex-mulher.

Araújo também escreveu cartas, direcionadas ao filho e à atual namorada, mas enviadas a amigos, em que revelava planos de matar a família da ex-mulher.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou nota, informando que o caso segue em investigação no Terceiro Distrito Policial de Campinas.

De acordo com familiares, Araújo havia sido acusado por Isamara de abuso sexual contra o filho do casal, João Victor. Apesar de, no processo de regulamentação de visitas, que é de 2012, a Justiça ter considerado que as acusações não haviam ficado comprovadas, foram estabelecidas regras de convívio restritas entre pai e filho.

Desde então, o técnico só tinha autorização para visitar o filho em domingos alternados, na casa de Isamara e por apenas três horas,entre as 9 e o meio dia. O pai tentava, sem sucesso, reverter esse regime de visitação.

*Informações do repórter Paulo Edson Fiore

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