Brasil encerra emergência em saúde pública com vacinação estagnada e aumento de casos de Covid-19
Decreto que finaliza o status foi assinado em abril, mas entra em vigor neste domingo, 22; período de 30 dias foi dado para Estados, municípios e DF se adequarem à nova realidade
O Brasil chega neste domingo, 22, ao fim do período de emergência em saúde pública, que havia sido decretado em função da pandemia da Covid-19. Há um mês, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, assinou a portaria que decreta o fim do status e que tinha 30 dias para entrar em vigor, permitindo que Estados, municípios e o distrito federal se adequassem às mudanças. Com a queda da emergência sanitária, uma série de decretos emergenciais ficam invalidados em todo o país, já que tinham o período emergencial como referência para funcionamento. Apesar da melhora expressiva nos serviços de saúde pública nos últimos meses, o atual cenário é de estagnação da vacinação, com a população mais jovem com baixa cobertura da dose adicional, e elevação no número de casos.
Segundo o boletim Infogripe da Fiocruz, divulgado na sexta-feira, 20, a Covid-19 corresponde a 41,8% dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no país atualmente. A análise é referente ao período de 8 a 14 de maio e é a quarta semana epidemiológica em que o SARS-Cov2 tem predominância entre as síndromes respiratórias. O boletim ainda aponta que 18 das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo. Segundo os pesquisadores, uma das causas da predominância da Covid-19 seria o relaxamento da população em relação à higiene e proteção neste momento da endemia.
Outro boletim da Fiocruz, também divulgado na última semana, mostra uma desaceleração da curva de vacinação da terceira dose. Na população acima de 25 anos, a cobertura para esquema vacinal completo é de 80%. Mas quando a análise é referente à terceira dose, quanto mais jovem o grupo, mais insatisfatória é a cobertura vacinal. De 25 a 29 nove anos é de 35,5%; de 20 a 24 anos, 30,4%; e de 18 a 19 anos é de 25,2%. A decisão do governo brasileiro de encerrar o estágio de emergência em saúde pública foi tomada com base no cenário epidemiológico do momento e no avanço da vacinação. O Ministério da Saúde garantiu que nenhuma política pública seria interrompida com a portaria assinada em 22 de abril. “A pasta dará apoio a Estados e municípios em relação à continuidade das ações que compõem o Plano de Contingência Nacional”, disse o governo.
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